2 de agosto. Partimos, mais uma vez, em busca de um novo olhar sobre o mundo.
Viajámos durante três semanas pela Europa e, como já é habitual, sem nada marcado, apenas com algumas ideias na mente.
Quem nos acompanha, sabe que este é o nosso registo, a nossa forma de estar na vida.
Foram oito países, muitos lugares novos, outros repetidos, e muitas experiências. Regressamos, trouxemos muito connosco, mas parte de nós ficou lá. Fica sempre!
França
Bem-vindos à Normandia! Foi a segunda vez que exploramos tão bela região rodeada de prados verdes que alternam com dourados, e se estendem até ao mar.
Povoada de aldeias e vilas que nos fazem lembrar as histórias da nossa infância, com ruas geometricamente desenhadas, e pedras brancas que dão forma às casinhas típicas, fazem deste cenário, uma tela de antigamente.
Repleta de Natureza e paisagens rurais, a Normandia conta ainda com diversos castelos medievais e inúmeros exemplos da arte impressionista. Trata-se de uma região que inspirou pintores como Claude Monet, Paul Gauguin, entre outros.
Como em qualquer outro destino, há sempre mais alguma coisa para ver. A Normandia não é exceção e entre muitos lugares, faltava conhecer quatro praias, do conjunto de cinco, que a 6 de junho de 1944, foram palco do Desembarque das Tropas Aliadas durante a Segunda Guerra Mundial, no dia que ficou para a História como o Dia D.
Depois da Praia de Utah, que já tínhamos explorado no ano passado, seguimos para um local chamado Point du Hoc, um memorial americano que preserva os vários bunkers e as crateras formadas pelas bombas lançadas em ataques aéreos.
Percorrer este lugar permitiu-nos sentir o peso da História. Fechamos os olhos e, por instantes, fomos capazes de imaginar a aflição vivida por aqueles que testemunharam os acontecimentos do fatídico dia 6 de junho.
Entramos nos bunkers vazios e abandonados e, por momentos, visualizamos ainda que no nosso pensamento, os soldados deitados nas inúmeras camas empilhadas.
O cheiro no interior não incomoda, parece que nem passaram 79 anos. As paredes, outrora brancas, guardam segredos e conversas que nunca saberemos. Espreitamos pela ranhura do bunker e vimos ao longe o mar calmo e azul. Que sensação boa!
A Praia de Omaha fica mesmo ao lado. Este foi o local onde ocorreu o pontapé inicial da operação Overlord, que libertou a França do domínio nazista. Embora se fale em sucesso, não foi possível obtê-lo sem o sacrifício de milhares de soldados aliados.
As praias sucedem-se e com elas multiplicam-se os cartazes com as fotos dos heróis da guerra, talvez numa tentativa de manter vivo o passado, relembrando os que dele fizeram parte.
Gold, Juno e Sword foram as praias que seguiram. No total são cerca de 80 km de litoral normando marcado por cinco pontos estratégicos, museus, memoriais, cemitérios e até destroços de equipamentos de guerra em toda a área.
A paragem seguinte foi o Normandy American Cemetery and Memorial, o Cemitério Americano. O espaço abriga 9387 túmulos de soldados em mármore branco, perfeitamente alinhadas sobre uma falésia na Praia de Omaha. Entre as duas principais avenidas, está uma capela construída em homenagem aos que perderam a vida, onde apenas o som do sino quebra o silêncio para prestar homenagem ao sacrifício.
Outra das paragens obrigatórias é conhecida como a Batterie Allemande, a Bateria Alemã, de Longues-sur-Mer, que inclui vários resquícios da guerra, uma das suas principais e mais bem preservadas obras. Nela se encontram um posto de comando de incêndio e quatro bunkers carregados de artilharia militar, estrategicamente construídos sobre uma falésia.
Viajar é isto, é termos a oportunidade de ver e compreender o mundo por nós mesmos. Depois da compreensão a que nos tínhamos proposto, seguimos para Deauville e Trouville, duas cidades balneares que se encontram separadas apenas por uma praça, um rio, e uma estação ferroviária.
Trouville, é uma cidade pequena que conta com um centro antigo, cercado por cafés e restaurantes, e um porto do século XVII, sendo o destino de praia preferido dos parisienses de alta classe.
Deauville surgiu depois, como uma cidade elegante, símbolo da aristocracia e da art de vivre francesa. Foi construída a mando do meio-irmão de Napoleão III, para ser a “estação balneária perfeita”. A maioria vai para “ver e ser visto” nas praias que ficaram conhecidas internacionalmente pelos guarda-sóis coloridos colocado no areal e pelo calçadão chamado de Les Planches e o seu conjunto de cabines de banho dos anos 20, onde cada uma delas possui o nome de uma estrela de cinema de Hollywood.
Honfleur, foi a cidade que se seguiu, e que nos encantou pelas suas ruazinhas estreitas e charmosas, e um porto, o Vieux Bassin, construído no século XVII. Com mais de 1500 anos, a história de Honfleur é regada pela arte, estando registada em diversas telas de artistas impressionistas, como Monet e Boudin.
Curiosamente, a cidade foi preservada dos desastres da Segunda Guerra Mundial, sendo possível observar as fachadas originais das casas centenárias, levantadas com vigas de madeira e que lembram o estilo de moradia escandinava.
De volta à estrada, seguimos pela Ponte da Normandia, próxima de Le Havre, inaugurada em 1995, que impressiona pela sua arquitetura. Possui uma altura de 50 metros, 2141 metros de comprimento e um vão de 856 metros.
Seguimos viagem em direção a Étretat, com as suas majestosas falésias de calcário recortadas, que atraíram vários escritores e artistas, como Victor Hugo, André Gide e os impressionistas Boudin, Pissaro e Monet que aqui buscaram inspiração. A cidade, que já foi um vilarejo de pescadores, transformou-se numa estação balneária no século XIX muito movimentada e com diversos pontos de interesse.
Para conhecermos mais de perto as falésias de Étretat, percorremos dois trilhos distintos, facilmente acessíveis a partir do vilarejo, para chegar ao alto dos penhascos. Um dos trajetos levou-nos à Faleise D’Amont e o outro à Faleise D’Aval. A vista que se alcança sobre o enorme mar azul é, simplesmente, memorável.
Bélgica
Um pequeno país que esconde grandes tesouros culturais, históricos e gastronómicos, famoso no mundo inteiro pelas suas cervejas, chocolates, waffles, contudo, marcado pelas muitas batalhas travadas durante as principais guerras europeias ao longo da História.
Mosaico de influências e tradições, onde o antigo e o moderno coexistem harmoniosamente, possui imensas cidades medievais, castelos de outros tempos, arquitetura gótica e charme próprio.
Numa panóplia de lugares para conhecer, e não havendo tempo para todos, optámos por explorar Ypres, uma pequena cidade localizada na parte ocidental do país, conhecida pelas batalhas sangrentas travadas durante a Primeira Guerra Mundial, e por ter sido uma das linhas da frente do combate.
Atualmente, Ypres oferece uma série de atrações que vão desde os simpáticos cafés, passando pelas lojas, monumentos, terminando nos pequenos chocolatiers de propriedade familiar.
Os arredores da cidade guardam até hoje diversas lembranças dos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, que ficou conhecida como Guerra de Trincheiras. A região está repleta de Trincheiras que se estendem por milhares de quilómetros, além de cemitérios e memorias que têm como objetivo relembrar a História e reforçar os horrores da guerra.
Tendo presente a necessidade de relembrar um período tão duro da mesma e provocar reflexão nas mais novas, fomos conhecer uma das Trincheiras.
Seguimos viagem em direção a Bruges, uma cidade medieval bem preservada, Património Mundial da UNESCO, conhecida pelos canais e arquitetura de outros tempos. O centro histórico é relativamente pequeno, o que facilita a visita.
Quase tudo acontece à volta da Grote Markt, a praça principal de Bruges, repleta de casinhas coloridas, lojas e restaurantes. Esta praça está rodeada de bonitas atrações, como o Campanário e o Tribunal Provincial, e a obra central é a estátua de Jan Breydel e de Pieter de Coninck.
A Torre Belfry de Bruges e os seus 366 degraus íngremes e estreitos até o topo é um dos atrativos da cidade. Também a Torre dos Sinos de 1240, construída numa época em que Bruges era um centro da indústria de tecidos, merece uma visita.
As Waffles Belgas são um dos atrativos da cidade e, como tal, fomos provar para poder confirmar ou não o que se diz sobre as mesmas. Há dois tipos de waffles: a waffle de Bruxelas é um retângulo perfeito de massa mais macia, a waffle de Liege, de contornos irregulares, é mais crocante porque possui açúcar caramelizado no interior. São realmente muito saborosas.
Seguiu-se Gante, uma cidade medieval que abriga vários marcos históricos bem preservados, entre os quais a fortaleza medieval do Castelo Gravensteen e a Catedral de St. Bacos, que inclui o famoso Retábulo de Gante. Além de seu significado histórico, Gante é também um próspero centro cultural, com muitas galerias de arte e museus.
O nosso passeio começou junto ao impressionante Castelo de Gravensteen, um forte bem preservado, construído em 1180, e antiga casa dos condes de Flandres. Ao longo dos séculos, teve diferentes funções: serviu como prisão, tribunal, fábrica de algodão e até depósito de arquivos.
Hoje, o castelo é um dos principais pontos turísticos da cidade. Para além das muralhas e da torre, que oferece uma vista soberba sobre a cidade, o fosso e o museu bélico completam o espaço.
Por entre ruas e canais, sim a cidade tem canais, chegamos à Catedral de Saint Bavo, cuja torre em estilo gótico, a cripta romanesca, e o Retábulo de Gante, com a sua pintura composta por doze painéis, constituem os pontos de destaque.
Naturalmente, a nossa viagem pela Bélgica, passou pela capital, Bruxelas. Chovia com alguma intensidade, quando chegamos à cidade. As atrações localizam-se de forma dispersa e, como tal, recorrermos aos transportes públicos para nos deslocarmos.
Começamos pelo Atomium, construído para a Exposição Mundial de 1958. Trata-se de uma estrutura metálica com mais de 100 metros de altura e forma idêntica à do átomo. As nove esferas encontram-se interligadas por tubos de ferro e oferecem conteúdos culturais e vistas panorâmicas sobre a capital.
Seguimos para a Grand-Place, ou Praça Central, um dos principais pontos turísticos que a cada dois anos, em agosto, recebe um enorme tapete de flores com begônias montadas em padrões. Património Mundial da UNESCO, a praça empedrada está cercada por prédios governamentais e pela Casa do Rei, onde se encontra o Museu da Cidade de Bruxelas.
Centro histórico, social e comercial de Bruxelas com edifícios neogóticos, barrocos e neoclássicos que remontam ao século XIV, é aqui que se encontram alguns dos exemplos mais opulentos da arquitetura belga seiscentista.
Deambulando de rua em rua, aproveitámos para ver o ícone da cidade, uma pequena estátua de bronze de um menino, o Manneken Pis, garoto a urinar que foi premiada com o galardão de atração turística mais dececionante, mas os locais adoram o menino, a tal ponto que o vestem a rigor em ocasiões especiais e a roupa é guardada na Maison du Roi.
Bem perto deste local, encontram-se as Galeries Royales Saint-Hubert, a artéria comercial de Bruxelas, coberta por uma cúpula, que reúne lojas de marcas de luxo, alguns dos teatros mais conceituados e restaurantes gourmet. Passear por aqui ainda é de graça e, portanto, foi o que fizemos.
Antes de deixar Bruxelas, houve ainda tempo para provar as batatas fritas belgas, as French Fries, que se encontram em todos os lugares, desde os carrinhos de rua até restaurantes de renome.
Países Baixos
A nossa segunda vez no país. Na primeira ainda o conhecemos como Holanda. Começamos por explorar Roterdão, a segunda maior cidade, conhecida internacionalmente pelo seu porto marítimo, um dos maiores da Europa.
Roterdão foi uma agradável surpresa. A cidade possui uma atmosfera vibrante, cosmopolita e arquitetura moderna. Para onde quer que olhávamos, lá estavam os projetos ousados de estilo futurista como a Kubuswoningen, as Casas Cubo, um conjunto de casas projetadas por Piet Blom em 1980, o Markthal, o Mercado Público, ou a Erasmusbrug, a Ponte Erasmus.
Em Roterdão não existe exatamente um “centro histórico” bem definido, nos moldes tradicionais da maior parte das cidades europeias, portanto, deslocamo-nos ao longo da mesma para conhecer as principais atrações, as quais estão espalhadas um pouco por todo o lado.
Uma atração imperdível nos arredores de Roterdão é Kinderdijk, um bonito vilarejo onde se localizam os moinhos mais antigos dos Países Baixos.
Declarados Património da Humanidade, são 19 os moinhos que compõem o belíssimo conjunto situado junto a um dos riachos da região, e que noutros tempos serviram para drenar água.
Bem próximo de Roterdão, localiza-se Gouda, a cidade do famoso queijo. Produzido nos arredores de Gouda, o queijo de formato cilíndrico é o principal responsável por tornar a cidade conhecida mundialmente. Experimentar o famoso queijo na sua cidade de origem foi um dos aspetos que motivou a nossa visita ao local.
O melhor dia para conhecer Gouda é à quinta-feira, entre os meses de abril a setembro, precisamente, porque é quando acontece pela manhã o tradicional Mercado de Queijos de Gouda. Um evento que conta com séculos de história e que ainda hoje mantém a tradição de reunir produtores artesanais dos arredores de Gouda não apenas de queijo, mas de diversas outras especialidades locais.
Para além do queijo, existe outra especialidade dos Países Baixos que teve origem na cidade. Trata-se da “Stroopwafel”, uma iguaria cuja receita original foi criada em Gouda pela Kamphuisen.
Saindo da esfera gastronómica, uma visita a Gouda incluir também as várias igrejas históricas, os edifícios centenários, como a Câmara do século XV, as praças, museus e até os canais. Gouda, de certa forma, assemelha-se um pouco com Amesterdão, pelos canais e pela arquitetura.
Amesterdão foi, sem dúvida, mais uma vez, uma paragem obrigatória. Foi a nossa segunda vez na cidade, uma das mais bonitas na Europa para nós.
São mais de 800 anos de história que fazem de Amsterdão uma cidade com construções exuberantes muito próprias e canais que serpenteiam por entre os edifícios. No passado os 165 canais de Amsterdão foram criados para estimular o comércio, o transporte e a expansão territorial da cidade, hoje eles dão uma identidade muito própria à cidade, fazendo parte do Património Mundial da UNESCO.
A visita começou na zona dos museus. Tínhamos bilhetes para o Rijksmuseum e para o Van Gogh apenas para as mais novas que, pela primeira vez, visitaram um museu sozinhas. Nós já conhecíamos e, portanto, deixamos que fossem apenas as duas. Foi muito gratificante ver como já são independentes e gostam de explorar juntas.
Aproveitamos para rever alguns dos pontos mais interessantes da cidade e à hora marcada, voltamos ao encontro delas para, novamente juntos, conhecermos um pouco mais da cidade.
Amesterdão pede sempre um passeio de bicicleta. Foi o que fizemos, alugamos as bicicletas e partimos à descoberta das ruas e ruelas, e ainda fizemos uma passagem pelo VondelPark, um parque verde muito agradável para atividades ao ar livre.
Com a chegada da noite, quisemos mostrar a Red Light District, famosa área da cidade onde a prostituição não só é permitida como exposta em vitrines. Uma realidade que entendemos que deviam conhecer. São ainda novas, mas consideramos importante que absorvam e compreendam todos os aspetos da vida humana pelos próprios olhos.
De manhã bem cedo, voltamos a Zaanse Schans, um vilarejo a cerca de 25Km de Amesterdão, um dos sítios mais bonitos dos Países Baixos, conhecido pela sua coleção de moinhos de vento e casinhas de madeira que reproduz as vilas holandesas dos séculos XVII e XIX , formando uma espécie de museu a céu aberto.
Um lugar muito virado para o turismo com lojinhas, museus, fábricas e cafés, mas que nos mostra um pouco da vida rural do país.
Alemanha
A nossa passagem pelo país focou-se, essencialmente, na cidade de Berlim.
Estávamos cheios de expectativas para conhecer, para além dos monumentos, os pontos de interesse relacionados com a Segunda Guerra Mundial. Foi, sobretudo, o peso histórico que procuramos em Berlim.
Começamos o nosso passeio junto ao Portão de Brandemburgo, imagem de marca da cidade. A construção possui 26 metros de altura e no seu topo tem uma estátua da deusa grega Irena puxada por quatro cavalos. Está localizado na avenida Unter den Linden, uma dais mais importantes da capital, próximo da entrada no parque Tiergarten.
O Parque Tiergarten é o segundo maior e mais importante de Berlim, com uma grande área verde e ciclovias. Tiergarten significa “jardim de animais”. No verão, é comum encontrar alguns nudistas a bronzearem-se nos jardins.
Com 66 metros de altura, a Coluna da Vitória (Siegessäule), é o principal monumento no Tiergarten e um dos principais pontos turísticos de Berlim. Foi construída para celebrar a vitória da Prússia sobre a Dinamarca em 1864, na Guerra dos Ducados do Elba.
Potsdamer Platz é o centro financeiro de Berlim. Está localizado numa zona destruída pelos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, é um dos lugares mais modernos da cidade. É onde fica o Sony Center, um complexo de entretenimento com lojas, hotéis, museus e cinema, e anualmente, recebe o Berlinale, o Festival de Cinema de Berlim.
Seguimos em direção ao Checkpoint Charlie, uma das atrações mais concorridas de Berlim. Neste local funcionava a principal passagem entre Berlim Oriental e Berlim Ocidental, divididas pelo muro entre 1961 e 1989, e que se tornou um dos símbolos da Guerra Fria.
Passamos também junto ao Prédio do Reichstag. Sede do parlamento é, hoje, um símbolo do renascimento de Berlim após ter sido incendiado em 1933 e bombardeado nos finais da guerra. A visita é gratuita, no entanto, é necessário fazer reserva com alguma antecedência através do site oficial.
O ponto alto da visita a Berlim foi conhecer o que resta do Muro de Berlim, uma barreira física construída em 1961 pela Alemanha Oriental e da União Soviética, durante a Guerra Fria, para isolar Berlim Ocidental e impedir que a população da Alemanha Oriental mudasse para o outro lado do muro. O Muro foi derrubado em 1989 com o colapso do bloco comunista na Europa.
Seguimos para o Memorial do Holocausto ou Memorial aos Judeus Mortos da Europa que possui 2711 blocos de pedra a fazer lembrar as sepulturas num cemitério, e cujo objetivo é relembrar as vidas humanas perdidas durante a guerra.
A Praça Gendarmenmarkt reúne alguns dos lugares de maior interesse arquitetónico em Berlim. O destaque vai para as duas igrejas praticamente idênticas, embora uma seja em estilo francês, Französischer Dom, e a outra em estilo alemão, Deutscher Dom. Entre elas, está a magnífica sala de concertos de Berlim, o Konzerthaus Berlin.
Outro ponto de passagem foi a grande praça Alexanderplatz, na qual se conectam os vários transportes públicos. Um local onde existem diversos restaurantes e galerias comerciais, além de ser um dos melhores lugares para observar a Torre de TV de Berlim.
A Torre de TV de Berlim, Berliner Fernsehturm, foi construída em 1969 para ser um símbolo de poder e modernidade da Alemanha Oriental. Tem 368 metros de altura, o miradouro fica a 203 metros de altura e tem um restaurante aos 207 metros.
A nossa viagem pela Alemanha passou ainda por uma das regiões naturais mais bonitas do país para conhecer uma misteriosa formação rochosa localizada a mais de 180 metros acima do Rio Elba. Chama-se Bastei e está localizada no Parque Nacional da Suíça Saxônica. O formato das peculiares rochas deve-se aos milhares de anos de erosão. A ponte de arenito construída em 1851, e os vários caminhos entre outras formações rochosas completam a lindíssima e curiosa paisagem.
Chéquia
Outrora República Checa, na Europa Central, possui uma enorme diversidade de atrações turísticas, motivos que inspiraram a nossa visita.
Hrensko, perfeitamente encaixada entre abruptos desfiladeiros, foi a porta de entrada no país. A sua localização na confluência dos rios Labe e Kamenice faz com que seja o ponto mais baixo da Chéquia.
O Edmund Gorge, Pravcicka Brana, a maior ponte de pedra natural da Europa, as Gargantas do Rio Kamenice, estão logo aqui ao lado e merecem uma visita. Não tivemos tempo, mas ficou o desejo de voltar.
Seguimos viagem, portanto, em direção a Praga, capital do país, conhecida pelas suas 100 torres e pelos monumentos Património Mundial da UNESCO. Cada bairro de Praga é especial e possui um ambiente e charme único, onde o antigo se mistura com o moderno.
Chegamos a Praga num dia de muito calor. Depois de deambularmos por algumas ruas e ruelas para uma primeira abordagem à cidade, fomos caminhando com o intuito de conhecer alguns dos locais e monumentos mais emblemáticos.
Numa panóplia de atrações, conhecemos o Castelo de Praga, o maior complexo castelar do mundo listado pela UNESCO, composto pelas muralhas e respetivas portas, o Palácio Real, a Catedral de São Vito e a Basílica de São Jorge e, claro o Castelo.
Os jardins e a área em frente à Catedral Gótica de São Vito são gratuitos. Entramos só para dar uma vista de olhos, mas mais do que isso exige o pagamento de bilhete. O mesmo aplica-se a alguns dos edifícios e museus icónicos do complexo, como o Velho Palácio Real.
Nesta zona, gostamos muito de conhecer a Golden Lane, um beco peculiar da cidade, uma rua sem saída, onde o escritor Franz Kafka residiu entre 1916 e 1917 no número 22.
Cruzamos a ponte mais emblemática de Praga, a Charles Bridge, sempre repleta de artistas que vão desde pintores a escultores, passando por músicos e saltimbancos. Esta velha ponte, encontra-se decorada com várias estátuas da Paixão de Cristo. Mais do que uma ponte, a Charles Bridge é um símbolo de Praga.
Tínhamos chegamos à zona da Cidade Velha. Começamos pela Praça da Cidade Velha, a mais antiga do centro histórico, criada no século X. É aqui que se situa o Relógio Astronómico, famoso mundialmente pela dança dos apóstolos ao bater das horas.
Ficamos sentados por alguns minutos a observar e a absorver a atmosfera vibrante do local, enquanto nos regalamos com os monumentos em redor. A Catedral de Nossa Senhora antes de Týn tem sido a principal igreja da Cidade Velha desde o século XIV e é inconfundível, com as suas torres de 80 metros. A Câmara Municipal Velha é outro dos pontos de interesse desta enorme praça, bem como o Palácio Kinsky decorado em estuque e cores raras em Palácios: rosa e vermelho. Aqui está também parte do acervo da Galeria Nacional de Praga.
Percorremos um dos bairros mais antigos de Praga e onde a História não esconde o seu peso. Falamos do Josefov, o bairro judeu. Aqui encontra-se a sinagoga mais antiga ainda em serviço na Europa, a Sinagoga Velha Nova, e a Sinagoga Espanhola em estilo mourisco.
Continuamos pela Praça da República, Náměstí Republiky, onde encontramos a Torre da Pólvora, a única sobrevivente das 13 torres das muralhas do Castelo de Praga construídas no século XIII. Também por aqui, a Casa Municipal é um belíssimo edifício em estilo art noveau que acolhe concertos de música clássica, ópera e ballet, e desfiles de moda.
Prosseguimos em direção à Praça Wenceslas, uma praça histórica com 800 metros, do século XIV. É nesta praça que têm lugar as maiores demonstrações, celebrações e manifestações públicas na capital checa. A praça recebeu o nome de São Venceslau, santo padroeiro da Boémia, no centro da mesma localiza-se a sua estátua. No topo da praça fica o Museu Nacional, um edifício neorrenascentista que se destaca no conjunto monumental da cidade, um edifício lindíssimo, estrategicamente situado.
O dia encaminhou-se para o final e com isso, deixamo-nos ficar nos jardins junto ao rio para assistir, precisamente, ao cair da noite, aquele momento em que Praga é inundada de luzes que se refletem disformes no rio e enchem a cidade de magia.
Áustria
Viena foi o foco da nossa viagem ao país. Há muito que a Sofia nos pedia para conhecer a cidade. A mais nova é apreciadora de arte e de música clássica e, como tal, Viena preenchia o seu imaginário.
Para além da música, a beleza e número de atrativos turísticos são imensos e diversos. A maioria dos edifícios são ainda o reflexo da elegância dos séculos XVIII e XIX, quando a capital austríaca estava na vanguarda das artes e das ciências. Considerada uma das cidades com maior qualidade de vida na Europa, Viena é ainda o lar da herança dos Habsburgo, os imperadores Austro-Húngaros que dominaram a Europa a partir de Viena.
A maioria das atrações imperdíveis de Viena estão ao longo e no interior da Ringstrasse, a boulevard circular, uma autêntica montra de mansões e palácios da bougeouisie vienense, e edifícios civis e governamentais. Promenade de flaneurs, a zona para ver e ser visto, e palco dos maiores acontecimentos na cidade.
Chegamos à cidade e seguimos para o Museumsquartier onde estão dois gigantes museológicos da cidade de Viena. O Mumok é o maior museu de arte moderna e contemporânea dos séculos XX e XXI da europa central. O Leopold Museum é um museu moderno com uma grande coleção de obras de Klimt, Kokoschk e Schiele.
As verdadeiras estrelas deste centro cultural são dois palácios do século XIX no meio dos quais está uma estátua da Imperatriz Maria Teresa localizada no jardim, o Maria-Theresien-Platz. O Naturhistorisches Museum, Museu de Historia Natural, alberga uma coleção de espécimes naturais, desde esqueletos de dinossauros a meteoritos, enquanto o Kunsthistorisches Museum, Museu de História da Arte, inclui a coleção privada de obras de arte de Raphael, Ticiano, Caravaggio, Bosch, e Bruegel.
É impossível destacarmos todos os palácios e edifícios históricos de Viena pois são centenas deles. Caminhamos para norte na Ringstrasse, e salientamos o Volkstheater, o Justizpalast, o Parlamento Austríaco em estilo neogrego, a sublime Rathaus, a Câmara Municipal, e o Burgtheater, o Teatro Nacional Austríaco em Viena.
Nenhuma visita a Viena fica completa sem conhecer o Hofburg, um conjunto dos palácios dos Habsburgo, a família nobre mais influente e perdurável, que controlou os destinos da Europa durante mais de sete séculos a partir dos seus palácios, sendo, atualmente, a residência presidencial.
É por aqui que também se encontra o Museu Albertina, um local obrigatório para os apreciadores dos grandes nomes das artes plásticas do século XX. Albertina reúne a maior e mais valiosa coleção gráfica do mundo. Mais dum milhão de peças entre impressões, desenhos e pinturas de Monet, Picasso, Klimt, Degas, entre muitos outros autores.
Do complexo palaciano de Hofburg fazem ainda parte o Burgtor (uma espécie de Portas de Bradengurgo austríacas), a Praça Heldenplat, o Neue Burg, a parte mais nova do palácio que acolhe atualmente o Museu do Papiro, o Museu Ephesos, a Coleção Imperial de Armas e Armaduras, acessível através do Museu de Etnologia de Viena.
Terminamos a visita a Viena na movimentadíssima Praça Stephansplatz, onde se situa a Catedral de Santo Estêvão. O exterior imponente da catedral marca uma das mais antigas catedrais do estilo gótico europeu. Este símbolo de Viena exibe um distinto telhado em cerâmica vidrada policromática com padrões geométricos.
A Catedral de Viena é uma obra mundialmente conhecida e um exemplo da arquitetura do século XII, o seu interior possui um púlpito gótico de pedra, um altar barroco e vitrais exuberantes.
Não deixamos Viena sem antes assistir a um concerto de música clássica na Igreja de São Pedro e sem provar a Sachertorte, um bolo de chocolate, inventado por Franz Sacher em 1832 para príncipe Metternich, uma das mais famosas especialidades gastronómicas da cidade, no também famoso Café Sacher Wien. Um deleite para o paladar.
Liechtenstein
Um pequeno principado, um estado independente situado entre a Suíça e a Áustria. Apesar de ter apenas 160 quilómetros quadrados e ter uma população de apenas 35 mil habitantes, o Liechtenstein é uma potência económica graças às leis tributárias favoráveis. Estabelecido desde o início da Idade da Pedra, com importância durante a época romana, tornou-se o Principado Imperial de Liechtenstein em 1719, totalmente autónomo em 1806. Hoje, o país é um destino turístico popular graças ao majestoso cenário montanhoso, excelentes trilhos, atividades de esqui, e os seus impressionantes museus e castelos.
Vaduz, a pequena capital, com cerca de 5000 mil habitantes, fica localizada na margem do rio Reno a, somente, 5 minutos de carro da Suíça. Trata-se de uma cidade pequena e tirando o castelo que fica no topo da montanha, todas as atrações turísticas ficam localizada no centro, a maioria na rua principal que se chama Stadtle.
O principal cartão postal da cidade é, portanto, o Castelo de Vaduz, que não é visitável porque nele reside a família real, o príncipe Hans-Adam II, no entanto, vale a pena subir junto do mesmo, nem que seja para contemplar a vista para cidade e para o vale envolvente. Liechtenstein adota a Monarquia Parlamentarista, o parlamento é composto por 25 membros e renovado a cada 4 anos.
Os principais pontos de visita na cidade são a Casa Nova do Parlamento (Landtag), o Palácio do Governo, o Museu de Arte Moderna e Contemporânea, o Museu do Esqui e o Museu do Selo, e a Catedral de Vaduz.
Também vale a pena ver a Rathausplatz, que abriga a histórica Prefeitura Rathaus, e a igreja paroquial neo-gótica, Pfarrkirche, construída em 1873, também conhecida como a Catedral de São Florim.
Uma atração imperdível em Vaduz é o excelente Museu Nacional do Liechtenstein, Liechtenstein Landesmuseum, uma atração estatal instalada numa antiga estalagem do século XV. Os destaques incluem um magnífico modelo de relevo de escala do principado, bem como exposições com foco na pré-história do país e início da história, juntamente com exposições de armas e arte religiosa.
Triesenberg foi a segunda cidade que visitámos. Localizada no cimo da montanha, a pitoresca aldeia, é conhecida não só pela sua esplêndida paisagem e dialeto único, uma variação do alemão originário da região de Walser, mas também pelo seu festival de comida, o Triesenberger Wochen, realizada todos os anos a partir de meados de outubro até o final de novembro.
Durante o festival, restaurantes e hotéis locais servem pratos tradicionais do povo Walser, muitos deles centenários e únicos na aldeia.
Após uma breve paragem, seguimos em direção a Malbun, a cerca de 20 minutos de carro, famosa por causa das estações de esqui, a única estância de Inverno no Liechtenstein.
A pequena cidade de Malbun, outrora habitada apenas no verão, é agora um atrativo localizado num cume alpino perto do Vale Saminatal, e que possui 23Km de pistas, servidas por três elevadores que transportam os esquiadores até os 2000 metros de altitude.
Balzers foi a última cidade que conhecemos no Liechtenstein. É aqui que se encontra o Castelo de Gutemberg que não está aberto a visitas. Uma fortaleza bem preservada que data da Idade Média, situada numa colina a 70 metros de altura e que inclui a antiga estatueta de Marte von Gutenberg, agora alojada no Liechtenstein Landesmuseum. Os destaques vão ainda para a capela e jardim de rosas, e os muitos eventos culturais nos meses mais quentes do ano.
O Liechtenstein também é famoso pelos seus vinhos, existindo várias vinícolas espalhadas pelo país, sendo uma das principais a Rot Haus, uma construção do Século XV que foi parte de um mosteiro, e o Príncipe de Liechtenstein Winery, com os 4 hectares de vinha.
Suíça
Um país onde já tínhamos estado, mas ao qual queremos sempre voltar. Para nós, é dos mais bonitos que conhecemos até ao momento. Quem nos conhece, sabe que gostamos imenso de montanhas.
A primeira paragem aconteceu junto ao Lago Walensee, um lago azul que contraste com o verde do verão. Não nos demoramos muito, e prosseguimos viagem por entre vales abruptos e montanhas gigantes.
Foi no seio destas montanhas que paramos para fazer um piquenique. Há muito que queríamos fazê-lo. Quando nos deliciávamos com o nosso singelo manjar, fomos interrompidos por um conjunto de vaquinhas que por ali satisfaziam os seus famintos estômagos. A vida nos prados alpinos ao mais alto nível.
Por entre subidas e descidas íngremes, chegamos a Stäubifall, uma cascata deslumbrante localizada na região de Uri, perto da vila de Unterschächen. Considerada uma das maiores cascatas da Suíça com quase 180 metros de altura, constituiu um local de paragem obrigatória. As cabanas de madeira e a vegetação fazem deste local, um local de rara beleza.
De novo na estrada, seguimos para Meiringen, uma cidade localizada no cantão de Berna, que ficou famosa pelas Cataratas de Reichenbach, nas proximidades, cenário do confronto final entre o detetive fictício de Sir Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes , e seu inimigo, o Professor Moriarty.
Foi a partir desta localidade que partimos à descoberta da Trift Bridge, uma das pontes suspensas pedestres mais espetaculares dos Alpes. Construída em 2004, possui 100m de altura e 170m de comprimento, e está posicionada acima da região do Glaciar Trift.
Inspirada nas pontes de arame alto do Nepal, foi sido substituída em 2009 por uma ponte mais segura e acessível, colocada estrategicamente entre as abruptas vertentes da montanha e vista sublime para o glaciar e o lago verde esmeralda.
Para acedermos ao local, apanhamos um teleférico, originalmente construído como uma gôndola de carga, que nos deixou a meio do percurso, de onde continuamos por um trilho com duração de 1h 30m, numa jornada que foi uma verdadeira aventura, pois o trilho é bastante acidentado e sempre a subir.
Ao chegarmos ao local, as vistas deslumbrantes sobre o lago glacial e sobre a língua da geleira foram a recompensa que tanto ansiávamos. O regresso, foi feito pelo mesmo caminho, desta vez, feito de descidas.
É importante referir que o aquecimento global está a provocar degelo um pouco por todo mundo. A geleira Trift, não é exceção e, ao longo dos tempos, tem assistido a um recuo vertiginoso, cujas águas alimentam o lago e o riacho que corre por entre as montanhas.
Daqui, seguimos para um dos lugares que mais queríamos conhecer na Suíça. Rosenlaui Vally foi o lugar, o tão aguardado lugar, aquele que ficou nos nossos corações.
Chegar aqui foi fácil. A estrada levou-nos, no final do dia, para junto do verdejante vale por onde corre um riacho de cor pálida, vindo do glaciar.
Percorrer os vários caminhos, por entre os prados verdes, que ladeiam o ritmado riacho foi maravilhoso. Este é um daqueles cenários típicos do país, um daqueles onde nos sentimos bem, onde sentimos que poderíamos viver. Quem nos conhece compreenderá.
A viagem continuou atá ao Lago Oeschinensee, próximo de Kandersteg. A zona onde se localiza o lago foi declarada em 2007 Património Mundial da UNESCO, quando passou a integrar o complexo de montanhas e glaciares Jungfrau-Aletsch.
Pela experiência que tivemos, o principal atrativo é o contato com Natureza. Foi muito agradável passear pelos trilhos até junto do lago, respirando o ar fresco da montanha e contemplando a beleza da paisagem.
Estacionamos o carro e, 10 minutos depois, chegamos ao teleférico, que nos levou até à parte alta da montanha. É possível subir tudo isso caminhando, são 2,5km encosta acima. Da estação superior do teleférico até o lago foram cerca de 1,5km, por trilhos bem marcados e sinalizados, padrão suíço. Para quem tem dificuldade de locomoção, ou não quer caminhar, existe um pequeno autocarro elétrico que faz o trajeto até ao lago.
De regresso ao teleférico, viramos à direita até o Rodelbahn, um tobogã muito especial, que nos permitiu descer a montanha de uma forma muito divertida e repleta de adrenalina.
De volta a Kandersteg, seguimos em direção a Gruyères, um vilarejo medieval localizado num bonito cenário que nos remeteu para um conto de fadas e histórias de princesas, um lugar onde o queijo é o ingrediente principal.
A aldeia medieval, onde estão situados o castelo e os seus artefactos com idade superior a 500 anos, é cercada por uma muralha e construções características desse período. Além disso, a localidade também possui uma fábrica/museu de produção do queijo mais famoso do país aberta a visitas.
Prosseguimos em direção a Genebra. Segunda vez na cidade. Desta vez, o objetivo foi visitar o laboratório do CERN – Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, fundado em 1954. A visita aconteceu a pedido da Sofia, uma futura Física, quem sabe, que há muito tinha este desejo.
Lyon em França foi o último destino da nossa viagem. Afinal, uma amizade pode perdurar além-fronteiras!
São memórias de viagem e de vida que ficam para sempre. São momentos assim que nos apetece agora partilhar. É como devolver os bocados das sensações que vivemos e que se desvaneciam se não os recuperássemos através da escrita e da fotografia.