#Continuandoàprocura das Aldeias Históricas de Portugal, fomos conhecer a pequena aldeia de Castelo Mendo que se localiza no concelho de Almeida, distrito da Guarda, com cerca de 87 habitantes.
É uma aldeia de características medievais, constituída por dois núcleos amuralhados, a cidadela e barbacã. A cidadela de formato oval corresponde ao burgo velho, formado após foral de D. Sancho II. O burgo novo ou Arrabalde de S. Pedro protegido por uma muralha dionisiana, foi no passado guarnecido por oito torres, parcialmente destruídas com o terramoto de 1755. Mantém contudo as cinco portas (Portas da Vila, da Guarda, do Sol, da Traição e de D. Sancho.
A devesa exterior destina-se ainda hoje a pastagem e nela se situa também o alpendre de feira e o Chafariz d´El Rei.
A carta de foro de Castelo Mendo outorga e regulamenta pela primeira vez em Portugal uma feira franca, que se realizava três vezes por ano, na Páscoa, na festa de S. João baptista e na Festa de S. Miguel, tendo a duração de oito dias.
Para Ver
Calçada Medieval
Apresenta uma extensão descontínua com uma pavimentação fragmentada composta por blocos de pedra assentes diretamente no solo. Quase a meio do trajeto observa-se lateralmente um rochedo epigrafado, onde se identificam treze cruzes e uma inscrição datada.
Casa com Varanda Alpendrada
Supõe-se que terá sido construída no século XVI tendo em conta a existência de vãos biselados e de uma porta com arco conopial no corpo principal da habitação. De arquitetura civil, é composta por dois pisos, com corpo principal de planta retangular concentrada, ao qual foi adossada uma ala retangular de proporção longilínea. No final do século XVI verificaram-se algumas alterações ao edifício. Durante os séculos XIX e XX acolheu a escola primária, a estação dos correios e atualmente a Junta de Freguesia.
Casa Quinhentista
Casa de dois pisos com planta irregular, escada com guarda em cantaria e alpendre suportado por colunas octogonais, com base e capitel de secção quadrada, com cordão e pequenos chanfros.
Casas Manuelinas
Construções adossadas de arquitetura civil, composta por dois pisos com planta regular simples, telhado de uma água e portas de influência manuelina.
Forno
O Forno comunitário de características populares, que data do século XVII, apresenta um piso térreo de planta retangular concentrada, com cobertura em telhado de uma água. Integra uma porta de lintel reto sem moldura. O forno começa por apresentar um volume cúbico depois escalonado até altura da boca, sendo a cobertura em falsa abóbada de alvenaria.
Hospital da Misericórdia
Embora esteja documentada a existência de Misericórdia e Hospital (1, 2), em Castelo Mendo, desconhece-se a sua localização, sendo que a tradição oral e popular a localiza na Rua da Praça, N.º 1, num imóvel de influências renascentistas com motivos fitomórficos na fachada principal. Aponta-se hoje, para que essa casa sobradada de dois pisos, planta quadrangular irregular, de apontamentos decorativos renascentistas e traça filipina, localizada junto às portas da Guarda cuja inscrição na moldura da janela “SPES MEA DEVS“, encimada por uma cruz, nos remeta para uma casa judaica quer pelo Aron localizado no seu dentro. O Cunhal Sudoeste, chanfrado até maia altura do edifício exibe uma vieira também em cantaria emprestando uma nota decorativa ao conjunto.
Igreja de S. Vicente
A Igreja de São Vicente ou Igreja da Misericórdia, de raiz românica, data do século XIII, com intervenções posteriores, provavelmente nos séculos XVI e XVII, revela, pontualmente, influência maneirista. Encontra-se situada no segundo núcleo intramuros e apresenta planta longitudinal composta pela nave e pela capela-mor retangular. Do seu interior faz parte um teto de madeira de alfarge com vigas apoiadas em cachorros de cantaria. Podem observar-se várias pedras sepulcrais antigas no pavimento do interior desta igreja.
Mendo e Menda
Lenda popular da Menda e do Mendo, atribuídas a dois elementos decorativos integrados em edifícios frontais. A imagem do Mendo corresponde a uma gárgula em pedra que se encontra numa parede da Antiga Domus Municipalis.
Pelourinho
Com sete metros de altura, é um dos mais altos da Beira Interior. Situa-se na Praça com o mesmo nome e é do Séc. XVI, composto de um fuste octogonal monolítico coroado por um capitel em gaiola, Imóvel de Interesse Público desde 1933.
Porta da Guarda
A Porta da Guarda encontra-se virada a Oeste, ladeada apenas por um torreão, mostra um arco quebrado e abóbada de berço quebrada, ostenta numerosas siglas na cantaria, bem como os gonzos.
Porta da Vila
A Porta da Vila, ladeada por dois torrões e por dois Berrões ou Verrascos, esculturas zoomórficas em granito, representando, pela observação dos seus genitais, um macho e uma fêmea de porcos ou javalis. A sua datação decorre entre o séc. XVI e I a.C. e as esculturas estão ligadas possivelmente ao culto da fertilidade do povo Vetão.
Porta do Castelinho
No topo Sul da cidadela, encontra-se a porta que dava acesso ao núcleo mais antigo do Castelo. Possui características românicas. O castelo aqui edificado (séc. XIII-XIV) apresentava estilo romântico e gótico, cujas ruínas foram classificadas de Monumento Nacional desde 1946.
Porta D. sancho
Voltada a Norte a Porta de D. Sancho como é popularmente conhecida, encontra-se hoje já truncada, sem o fecho do arco que caíra em meados do séc. XX. Atribui-se a D. Sancho II a construção da muralha deste primeiro núcleo urbano apelidado por isso de núcleo sanchino.
Posto de Turismo/ Museu dos Sentidos
Antiga Casa da Câmara, Cadeia e Tribunal, data do séc. XVI e XVII (estilo maneirista). Foi construído sobre a muralha da cidadela, no piso superior funcionava a Câmara e o tribunal e, no piso inferior a Cadeia. Alberga atualmente um núcleo museológico de cariz etnográfico.
Ruínas da Igreja de Santa Maria do Castelo
Edifício datado do séc. XIII de estilo românico com transformações no séc. XVI, nomeadamente a capela lateral com teto Mudéjar. Foi construída, provavelmente, no ano de 1229. Este templo encontra-se representado nos desenhos de Duarte de Armas, de 1513, onde se pode observar o portal em arco pleno e o campanário. No século XVI é construída a capela lateral, tendo em conta a presença do teto de mudéjar e da gárgula de canhão. Em 1758 possuía quatro altares (Altar-mor, Altar do Espírito Santo, Altar de Nossa Senhora do Rosário e Altar de Nossa Senhora da Conceição) e estava dependente da abadia de Moreira. A paróquia é extinta em 1834. A data 1889 aparece epigrafada no lintel da porta da parede transversal da nave, o que atesta uma redução da utilização do espaço do templo.
Sepultura do Fidalgo
Sepultura em granito constituída por pedra tumular e espaldar com Inscrição lapidar: “Aqui jaz Miguel Augusto Mendonça Corte Real, fidalgo da Casa Real e Comendador das ordens de S. Bento de Aviz e de Nossa Sr.ª da Conceição (…)”
Solar do Fidalgo
Datado do séc. XIX, este edifício apresenta influência classicista tardia, está implantada numa parcela de grandes dimensões e absorve a quase totalidade do quarteirão. Fachada rebocada com enquadramento em cantaria e molduras vazadas sobre o reboco, parece ter ficado incompleta visto que a cornija e a pilastra Sul da fachada principal se encontram interrompidas. Ostenta uma torre-mirante quadrangular, cujo volume marcante no perfil da vila parece querer rivalizar com a torre sineira da Igreja de S. Pedro. Pertenceu ao par do reino António Fragoso de Albuquerque, senhor de Poço Velho.
Para Ficar
Casa do Corro
A “Casa do Corro é uma pequena casinha que, foi pensada para proporcionar o máximo conforto e bem-estar que todos merecemos. Tem ao dispor todo um leque de condições que permite usufruir ao máximo deste estilo de vida, calmo e relaxante em contacto direto com a natureza.
T. 271 513 939
Para Comer
Não existem restaurantes na aldeia, apenas nas proximidades.