Picture of Carla & Leonel

Carla & Leonel

Aldeia Histórica – Idanha-a-Velha

A Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha é uma das mais antigas do conjunto das Aldeias Históricas de Portugal. A sua História remonta ao século I a.C., altura em que era conhecida por “Egitânia”.
 
 
Idanha-a-Velha localiza-se na Beira Baixa, no concelho de Idanha-a-Nova e, apesar da sua reduzida dimensão, é uma aldeia encantadora, parada no tempo, entre oliveiras, mas cujo passado histórico teve uma importância relevante, transformando-a num museu ao vivo.

A Aldeia situa-se nas margens do rio Pônsul, impondo-se pela beleza e antiguidade. Foi fundada no século I a. C., no tempo do Imperador Augusto, Civitas Igaedinorum e tinha um papel fundamental nas vias de comunicação entre Coimbra e Mérida. Tomada pelos Visigodos no século VI, o núcleo populacional tornou-se uma importante sede episcopal.

Desta época data a imponente basílica, conhecida como Catedral Velha, que se elevou sobre os vestígios da igreja paleocristã erguida nos primeiros tempos do Cristianismo, bem como o Paço Episcopal. Foi também ocupada por muçulmanos, no século VIII, e posteriormente reconquistada pelos cristãos no século XII. Mas, foi a sua doação à Ordem do Templo, no século XIII, que ditou a sua História mais recente.

Com o tempo, Idanha-a-Velha perdeu a importância e o vigor e, no século XIX, ficou anexa a Idanha-a-Nova. Sofreu com a desertificação do interior do país e, por este motivo, possui muitas casas abandonadas. Atualmente, alguns continuam a viver neste local, classificado como Monumento Nacional, e alguns edifícios estão a ser recuperados para fins turísticos.

A chegada a Idanha-a-Velha é marcada pela monumentalidade da muralha e a História começa pela Porta Norte. A aldeia tem uma forma ovulada com uma extensão de 745m e sete torres defensivas que não seguem todas a mesma estrutura, umas são semicirculares, outras quadrangulares, conforme os vários momentos.

 

Para Ver

Arquivo Epigráfico

A coleção epigráfica romana de Idanha-a-Velha constitui uma das maiores e mais representativas coleções do país, recolhida em diversas fases da exploração arqueológica da aldeia. O Arquivo Epigráfico, situado no quintal do antigo lagar de azeite no sector sudoeste da aldeia, foi criado para mostrar seletivamente esta coleção, que anteriormente estava na Igreja de Santa Maria ou Sé-Catedral.

O novo projeto museológico para este espaço permitiu o estudo e publicação desta importante coleção epigráfica, assim como a exposição Verba Volant, Scripta Manent (as palavras voam, os escritos permanecem). Mostram-se 86 peças, de um total de 210, harmonizando as técnicas expositivas tradicionais com tecnologia multimédia. Este projeto fomenta o uso e valorização dos recursos patrimoniais endógenos através da pesquisa científica, da preservação do património arqueológico e da aplicação das novas tecnologias para responder às solicitações de um turismo qualificado que se deseja para o sítio.

 

Capela de Espírito Santo

Esta pequena capela é uma construção do século XVI – XVII. O edifício apresenta uma planta de uma única nave e capela-mor. No Largo do Espírito Santo realizam-se as festas locais com destaque para a festa anual Nossa Senhora da Conceição padroeira da paróquia.

 

Capela de São Dâmaso

Num terreiro sobranceiro ao rio, encontra-se a Capela de S. Dâmaso, de feição maneirista tardia. Na sua cabeceira possui um retábulo em cantaria de granito, iluminado por uma janela que se encontra na parede oeste.

 

Capela de São Sebastião

O edifício apresenta uma planta retangular, fachada centrada por porta com arco de volta inteira, datado do século XVII. Esta capela foi adaptada no século XX para um museu privado, conhecido como Museu Lapidar Igeditano. Depois de desativado, o seu espólio foi mais tarde, doado ao Estado.

 

Forno Comunitário

Outrora pertença da família Marrocos é atualmente um forno de cozer pão comunitário. Encontra-se localizado num edifício térreo e de organização simples, composto por uma sala ampla rodeada de bancadas. Num canto está o forno de construção abobadada e revestido de granito. Possui ainda um pátio coberto para a lenha.

 

Igreja de Santa Maria (Sé Catedral)

A configuração atual da igreja deve-se aos trabalhos de restauro promovidos por Fernando de Almeida. Este restauro recupera a igreja de finais do século XVI, época terminal de sucessivas obras, ainda que a intenção fosse aproximar o templo à sua forma primitiva. O local escolhido para a implantação deste templo tem uma longa tradição de sacralidade. No século IV ou inícios de V foi aqui construído, ou adaptado, um edifício para o culto. Em meados do século VI será construído um novo edifício de culto cristão nas proximidades daquele.

A nova construção é, presumivelmente, contemporânea da elevação da cidade à dignidade episcopal, em data incerta, durante o domínio suevo. Durante o domínio muçulmano será construída a igreja que é a matriz arquitetónica do edifício que chegou até nós. O templo terá sido erguido pela comunidade local moçarabe nos finais do século IX, altura em que a diocese foi momentaneamente restaurada. Esta notável peça arquitetónica de arte moçarabe atesta a vitalidade da cidade na época muçulmana.

Mais tarde o templo parece ter sido convertido ao culto islâmico. Conhecem-se mal as alterações do edifício para o adaptar ao novo culto. Em meados do século XIII encontrava-se em ruínas. Os Templários terão recuperado parte das ruínas para fazerem aqui a sua igreja, dedicada a Santa Maria. Parece dever-se a esta recuperação, e não à dos finais do século XV e inícios do XVI a forma cristalizada que o edifício exibe hoje. Esta reforma consolida o limite norte do espaço de culto, introduz um campanário sobre o lado nascente da empena da fachada norte, formado por dois arcos simétricos de volta perfeita e um pequeno óculo na parte mais alta. No lado poente e norte foram abertas as portas principais. A partir de 1497, por ordem de D. Manuel, Governador da Ordem de Cristo, inicia-se uma nova campanha de obras. 

 

Igreja Matriz

A Igreja Matriz outrora antiga Misericórdia, apresenta um estilo renascentista do século XVII-XVIII com influências populares. Possui um importante conjunto de arte sacra, como “a tela com a Senhora da Misericórdia do século XVII e uma imagem barroca de Cristo crucificado”.

Possui uma planta retangular de uma única nave com “capela-mor inscrita, sobrelevada e rodeada por bancada para assento da irmandade, de inícios do século XVII. Na sua fachada está uma porta com arco de volta perfeita, com uma Cruz de Tau “envolvida por seis contas e encimada por exíguo nicho”. Possui molduras no portal decoradas com elementos geométricos e vegetalistas”.

No lado lateral da fachada encontra-se uma torre sineira, talvez do século seguinte. A escadaria de acesso ao templo termina em patamar. Na década de 70 do século XX foram realizadas algumas obras que tornariam o templo muito diferentes no seu interior. As últimas remodelações evidenciam “as soluções originais em concordância com um traço arquitetónico contemporâneo”.

 

Palheiros de São Dâmaso

Casas com um piso superior revestido a chapa de cobre conhecidas como os Palheiros de S. Dâmaso. Trata-se da Oficina de Arqueologia, com áreas de habitação temporária e gabinetes de trabalho. No seu interior passa um troço da muralha com uma torre semicircular.

 

Pelourinho

O pelourinho é o símbolo de autonomia municipal de Idanha-a-Velha. Localizado no Largo da Igreja, possui estilo manuelino e está classificado como Imóvel de Interesse Público.  Presume-se que seja do ano de 1510, ano do foral outorgado por D. Manuel I. 

 

Poldras sobre o rio Pônsul

São 43 as poldras que atravessam o Rio Ponsul.

 

Ponte de origem medieval

A Ponte Velha que atravessa o rio Ponsul é de origem romana, mas com várias reformas medievais e modernas. É uma obra em cantaria granítica. A esta ponte chegaria a via que ligava Mérida a Braga.

 

Porta Norte

A cidade romana foi dotada de uma muralha entre o final do séc. II e o início do séc. IV d.c.. O recinto apresenta uma planta ovalada, adaptada às irregularidades do terreno, com um perímetro de cerca de 750 m.

O muro, de robusta feitura, reutiliza abundantes materiais de construções anteriores. É reforçado com torres perimetrais semicirculares e retangulares regularmente espaçadas.

Mais tarde, durante a ocupação muçulmana a muralha conheceu alguns restauros e consolidações que, segundo parece, não modificaram grandemente a sua fisionomia. Os Templários parecem ter usado a fortaleza como uma cerca, pontualmente reparada. A Porta Norte que permitia o acesso ao interior da cidade possui três arcos de volta perfeita, todos assentes em impostas salientes e é flanqueada por dois desses torreões semicirculares. Daqui partia a via que se dirigia para Braga.

 

Posto de Turismo/ Lagar de Varas

Grande edifício térreo, restaurado e musealizado. Desconhece-se a data da sua construção. Será dos finais do século XIX, como parece demonstrar a data de 1895 gravada numa candeia aqui utilizada. No entanto, a data de 1755 gravada num bloco das paredes das tulhas parece indicar que já existia um lagar anterior.

O lagar é um espaço rectangular dividido em três salas distintas: sala das tulhas e pio, sala das prensas de varas e sala da bagaceira. A entrada de serviço localizava-se num dos palheiros do topo nascente do edifício. Este palheiro e outro contíguo serviam de abrigo aos lagareiros e aos animais que moviam as galgas. O lagar foi adquirido pela Autarquia de Idanha-a-Nova à família Marrocos, para a qual laborou outrora em exclusividade até 1959. A partir de 2008 passou a albergar também o Posto de Informação turística como serviço de apoio a todo o Complexo Museológico.

 

Torre dos Templários

Os Templários reduziram o centro defensivo a um pequeno Castelo, sendo a Torre de Menagem o único vestígio visível do que dele resta. Foi construída em meados do século XIII, como prova a inscrição datada de 1245 que se encontra no tímpano da porta de acesso no segundo piso. A entrada era feita por essa mesma porta, acessível por uma escada móvel que se apoiava num bloco saliente ao nível da soleira, que ainda se pode ver.

Mais tarde foi rasgada uma porta no primeiro piso, protegida por uma varanda, de que restam as mísulas de suporte, situada no terceiro piso. A Torre foi erguida sobre o pódio do templo principal da praça pública da cidade romana, o Fórum. Para a implantação dos diversos elementos constitutivos do fórum foi criada uma plataforma sobrelevada, de planta retangular, rodeada por fortes muros para contenção do seu aterro.

O templo localizava-se no terço poente da praça e parece ter sido dedicado a Júpiter, sendo que Vénus e Marte também recebiam culto, talvez em templetes. Nas traseiras são visíveis as fundações de um pórtico. No topo nascente reconhecem-se pequenas escadas laterais de acesso e restos débeis do maciço da plataforma frontal do templo, onde estaria talvez uma grande escadaria.

Uma visita a Idanha-a-Velha só fica completa com a prova dos famosos Borrachões, deliciosos biscoitos feitos com azeite e bebidas alcoólicas, como o aguardente, jeropiga ou vinho branco. É a presença do álcool para embeber a massa que lhe dá este nome peculiar.

 

Festas e Eventos Especiais

Feira do Pão, Bolos e Tradições: Outubro

Festas de Nossa Senhora da Conceição: Maio

Outras Aldeias Históricas >

Share this post

Sobre

Olá, somos a Carla, o Leonel, a Sofia, a Francisca, e adorámos partir à descoberta do mundo juntos!

Aqui, partilhámos os vários destinos que já visitamos, os hotéis onde ficamos hospedados e os restaurantes que experimentámos. Queremos inspirar quem nos visita, a viajar e a experimentar, pois consideramos que a vida é uma soma de experiências e uma constante procura. Nesta procura, buscamos locais, espaços, gastronomia, cultura, pessoas e, acima de tudo, a felicidade que é poder conhecer, valorizar e preservar o mundo maravilhoso que temos.

Artigos Recentes

Like Us on Facebook

Follow us on Instagram