As Aldeias do Xisto são feitas de emoções, de história, religião, arquitetura, gastronomia, ecologia e cultura. O sossego, o ar fresco que purifica pulmões, as paisagens de encher a alma, os vales, as cabras e ovelhas, completam o cenário.
Terra de vitela e cabrito, de compotas e doces. Terra que se orgulha da sua ruralidade, proporcionando memórias maravilhosas. O lugar ideal para vivenciar experiências que ficam para sempre.
O projeto Aldeias do Xisto partiu da simples ideia de dinamizar o turismo na Região Centro através do aproveitamento dos recursos naturais e humanos existentes nestes locais. Com o apoio deste programa as aldeias reinventaram-se e convidam todos a visitarem e descobrirem uma região que é um tesouro nacional.
No verão de 2018, decidimos partir, mais uma vez, à descoberta destas fantásticas aldeias, são muitas, são 27 agrupadas por regiões. Continuando pelas das Serra da Lousã, visitámos Cerdeira, Candal, Aigra Nova, Aigra Velha e Pena. Decidir qual a mais bonita é difícil, no entanto, recordamos com saudade a Cerdeira.
Património
Descobrir a arquiteturas destas casas, saber como surgiram os seus nome, conhecer as pessoas, ouvir as suas histórias, compreender as suas crenças, observar como vivem e do que se ocupam, provar os pratos típicos, olhar em volta das pastagens verdes, conhecer a arte e os artistas é aventurarmo-nos no conhecimento e na valorização de uma região fantástica.
Cultura
A cultura, intrínseca de cada povo e decorrente de séculos de história, está patente em cada família, esquina e festa da aldeia. A cultura é feita também de eventos que promovem o conhecimento e que atraem participantes e espetadores, reforçando as formas tradicionais de animar o povo. Tem-se vindo a recuperar estes hábitos antigos.
Caminhos de Xisto e Centros de BTT
A envolvente natural fantástica proporciona o contacto com os Caminhos de Xisto, que são percursos pedestres de pequena rota. Os traçados destes circuitos acompanham muitas vezes antigos trilhos usados por moleiros, agricultores e mineiros.
Os Centros de BTT das Aldeias do Xisto são infraestruturas desportivas permanentes dotadas de equipamentos dedicados exclusivamente aos praticantes de BTT. Estes locais estão apetrechados com estacionamento, balneários, estação de serviços para bicicletas e oferecem uma rede de trilhos do tipo Crosscountry, DownHill ou FreeRide, com quatro níveis de dificuldade adequados a todos os tipos de utilizadores.
Gastronomia
Apostando nas tradições culinárias das Aldeias do Xisto, promoveu-se a criação da Carta Gastronómica das Aldeias do Xisto, rebuscando os cantos da memória dos habitantes destas aldeias, para se criarem 153 receitas típicas desta região.
Também os restaurantes das aldeias mantém a autenticidade e qualidade máxima no que diz respeito ao ambiente, arquitetura, decoração, preços, variedade de vinhos e animação.
Turismo Ativo
Existem infinitas possibilidades de lazer nas Aldeias do Xisto. Estas criaram um calendário de eventos anual diversificado e profundamente enraizado no que há de melhor e mais genuíno neste território.
Aqui há percursos pedestres e BTT, canoagem, DownHill, trail running, etc. Nas praias fluviais há torneios de voleibol e nas rochas escalada e rapel. Surpreenda-se ainda com os ciclos gastronómicos e recriação de tradições antigas. Desfrute de alojamento de excelência e restaurantes de alta qualidade. Acompanhe a mudança das estações, amasse o pão, vá com os rebanhos e faça o queijo, ouça a música e a poesia e veja teatro.
Localizada na transição do distrito de Coimbra para o de Leiria, a Serra da Lousã esconde tesouros fabulosos. A beleza das suas paisagens, a vertente cultural e humana das Aldeias do Xisto, fazem desta região, uma região única.
Na Serra da Lousã habitam muitas das espécies de fauna e flora, das quais de destacam os veados, os javalis e os corços, as espécies de azinheiras, sobreiros, castanheiros, carvalhos e pinheiros, numa zona conhecida por ser profundamente transposta por linhas de água.
A Este sobressai o colossal Penedos de Góis, um local deslumbrante com miradouros sobre a paisagem beirã e o Alto do Trevim, o ponto mais alto da Serra da Lousã, com 1204 metros de Altitude, onde se encontra o famoso baloiço que desliza sobre a paisagem.
AIGRA NOVA
A aldeia é de malha urbana simples, com uma rua que se divide em três pequenas ruas que a atravessam e se encontram na saída pelo acesso do lado oposto. O material de construção que domina é o xisto, com algumas construções rebocadas e que incluem dois pisos.
A aldeia tem bastante dinâmica, há hortas, há gado, há atividades e há pessoas.
Do património natural riquíssimo que envolve a região, o destaque vai para os Penedos de Góis e para o Parque Florestal da Oitava, habitat de aves em vias de extinção e de mamíferos, como veados e corços.
Para Ver
– Maternidade de árvores (espaço de Educação Ambiental onde é possível conhecer e participar no processo de reprodução de espécies autóctones, participar em atividades, fazer apadrinhamentos e contribuir para campanhas de plantação de árvores)
– Loja Aldeias do Xisto (local onde se vende os produtos tradicionais com o selo das Aldeias do Xisto. Possui ainda um serviço de bar e de refeições ligeiras)
AIGRA VELHA
Uma aldeia pequena, mas com uma malha urbana complexa, por causa das relações familiares e comunitárias que se estabeleceram entre os habitantes. As habitações possuem apenas nível térreo e organizam-se num arranjo defensivo contra as intempéries meteorológicas e os intrusos.
Cada cozinha tinha um esconderijo, entre a cozinha e os currais, que servia para esconder alimentos considerados excedentes pelos fiscais do Estado Novo. Tinha também uma gateira, um buraco na parede para a passagem dos gatos, e um caniço, estrutura localizada acima da lareira ou do fogão que servia para defumar as castanhas.
O material de construção predominante é o xisto e alguns elementos de quartzito.
Do património natural riquíssimo que envolve estas aldeias, o destaque vai para os Penedos de Góis, ex-líbris da região, e para o Parque Florestal da Oitava, habitat de aves em vias de extinção e de mamíferos, como os veados e corços.
Para Ver
– Forno e alambique da Família Claro (equipamentos particulares para a confeção de produtos, como o pão e a aguardente de mel, de consumo próprio)
– Tanque
– Fonte
PENA
A aldeia possui uma única rua, com várias pequenas quelhas. Os materiais de construção predominantes são o xisto e o quartzito, algumas fachadas estão rebocadas e pintadas com cores tradicionais. Entretanto, foram construídas algumas casas de características mais recentes.
Alguns dados mostram que esta povoação já existia no século XVI, dado que no “Cadastro da população do Reino (1527)” consta no termo da villa de Goys a existência da aldeia onde viviam cinco moradores.
As primeiras formas de povoamento que se conhecem no concelho de Góis datam do período Neolítico ou Bronze I, como testemunham os diversos vestígios e achados arqueológicos, encontrados a norte deste território.
No que diz respeito ao património natural não podemos ficar indiferentes ao monumental castanheiro junto à ponte sobre a ribeira da Pena, nas margens da qual, para montante e jusante, abunda o Azereiro.
Para Ver
– Alminha
– Moinho de água (localizado na margem esquerda da ribeira da Pena)
– Alambique (situado na rua que atravessa a aldeia)
– Levada de água
– Fontanário (localizado no centro da aldeia)
CANDAL
Alojada numa espécie de anfiteatro natural e encaixada na bacia hidrográfica da ribeira de S. João, ergue-se a aldeia de Candal. A malha urbana é irregular e complexa. A aldeia desenvolve-se em encostas sobre a qual o casario se desenvolve.
Localizada junto à Estrada Nacional, que liga Lousã a Castanheira de Pera, esta aldeia recebe muitos visitantes. Com acessibilidade privilegiada, Candal é considerada a mais desenvolvida das aldeias e uma das mais visitadas. Subir as suas ruas inclinadas até ao miradouro, contemplar uma belíssima vista sobre o vale e no regresso visitar a Loja Aldeias do Xisto, é o que de melhor tem para oferecer.
O material de construção predominante é o xisto, com fachadas sem reboco, evidenciando um aparelho tosco. As casas junto à estrada são de construção mais moderna, com fachadas rebocadas e pintadas de cores garridas, mas que respeitam o traço dominante na aldeia.
As habitações e os edifícios que albergavam o gado doméstico são as construções mais significativas.
No que diz respeito ao património natural, existem sobreiros e castanheiros próximos das habitações, bem como Azereiros e azevinhos onde se refugiam alguns troços das linhas de água e onde se pode encontrar veados.
Para Ver
– Antiga escola primária (construída em 1920 graças às remessas de divisas enviadas pelos candalenses emigrados nos EUA)
– Chafariz do Candal (implantado na berma da EN236 e datado de 1941, tem poema muito interessante)
– Alminha (única construção religiosa que existe na aldeia. Encontra-se no largo da mesma e foi mandada construir por uma família de candalenses como pagamento de uma promessa)
– Moinhos (cinco moinhos hidráulicos, construídos em 1920, ao longo da margem direita da ribeira de Candal, para aproveitar a força da água para acionar o mecanismo e moer os grãos de cereal)
– Lagar de azeite (construído em 1919, recentemente, alvo de intervenção)
COMAREIRA
É a mais pequena aldeia da rede, num pequeno grupo de construções, para habitantes e gado doméstico. Soalheira todo o dia, a Comareira é feita de casas muito juntas umas das outras e uma paisagem de perder de vista.
O xisto e o quartzito são os materiais de construção predominantes, embora algumas fachadas dos edifícios estejam revestidas com um característico reboco crespo.
Com uma topografia bastante irregular, permite o aparecimento de uma fauna e flora muito próprias desta região, destacando-se os Penedos de Góis, ex-líbris da região, e o Parque Florestal da Oitava, habitat de aves em vias de extinção e de mamíferos, como os veados e corços.
Para Ver
Por ser muito pequena, não há muito para ver, além das vistas e da poucas casinhas em xisto.
CERDEIRA
Para se chegar à aldeia propriamente dita, tem de se descer até ao pequeno regato, onde nos deparamos com o perfil desalinhado das construções em que o tom do xisto conjuga-se com verde das encostas.
Os edifícios foram implantados sobre um morro rochoso em forma de socalcos que seguram a terra. O material de construção predominante é um xisto escuro e nenhuma fachada se encontra rebocada.
A Cerdeira é um local mágico, lindo, perfeito, um cenário romântico, na mais bucólica envolvente. Uma aldeia em que a arte e a criatividade se aliam em cada esquina. A aldeia é, atualmente, um local de criação através de residências artísticas internacionais, da realização de workshops de formação e de pequenas experiências criativas. Um retiro de artistas, de bem-estar, com infraestruturas, como os diversos alojamentos, a Casa das Artes, os ateliers, a biblioteca, a galeria, o forno comunitário, o Café da Videira.
Para Ver
– Fonte (construída em 1938 e possui água de nascente)
– Alminha (no seu interior, há uma tábua pintada que é um ex-voto dedicado ao Senhor dos Aflitos)
– Casa das Artes e Ofícios (reconstruída ao abrigo do programa ECO-ARQ e alberga iniciativas de turismo criativo e artístico)