O projeto Aldeias do Xisto partiu da simples ideia de dinamizar o turismo na Região Centro através do aproveitamento dos recursos naturais e humanos existentes nestes locais. Com o apoio deste programa as aldeias reinventaram-se e convidam todos a visitarem e descobrirem uma região que é um tesouro nacional.
No verão de 2019, mais uma vez, decidimos partir à descoberta destas fantásticas aldeias, são muitas, são 27 agrupadas por regiões. Depois de termos conhecido as da Serra da Lousã, chegou a vez de iniciarmos a descoberta pelas da região do Zêzere. Assim, fomos conhecer Mosteiro e Pedrógão Pequeno. Até ao momento, na nossa opinião, Casal de São Simão é das mais bonitas Aldeias do Xisto.
Património
Descobrir a arquiteturas destas casas, saber como surgiram os seus nomes, conhecer as pessoas, ouvir as suas histórias, compreender as suas crenças, observar como vivem e do que se ocupam, provar os pratos típicos, olhar em volta das pastagens verdes, conhecer a arte e os artistas é aventurarmo-nos no conhecimento e na valorização de uma região fantástica.
Cultura
A cultura, intrínseca de cada povo e decorrente de séculos de história, está patente em cada família, esquina e festa da aldeia. A cultura é feita também de eventos que promovem o conhecimento e que atraem participantes e espetadores, reforçando as formas tradicionais de animar o povo. Tem-se vindo a recuperar estes hábitos antigos.
Caminhos de Xisto e Centros de BTT
A envolvente natural fantástica proporciona o contacto com os Caminhos de Xisto, que são percursos pedestres de pequena rota. Os traçados destes circuitos acompanham muitas vezes antigos trilhos usados por moleiros, agricultores e mineiros.
Os Centros de BTT das Aldeias de Xisto são infraestruturas desportivas permanentes dotadas de equipamentos dedicados exclusivamente aos praticantes de BTT. Estes locais estão apetrechados com estacionamento, balneários, estação de serviços para bicicletas e oferecem uma rede de trilhos do tipo Crosscountry, DownHill ou FreeRide, com quatro níveis de dificuldade adequados a todos os tipos de utilizadores.
Gastronomia
Apostando nas tradições culinárias das Aldeias de Xisto, promoveu-se a criação da Carta Gastronómica das Aldeias de Xisto, rebuscando os cantos da memória dos habitantes destas aldeias, para se criarem 153 receitas típicas desta região.
Também os restaurantes das aldeias mantem a autenticidade e qualidade máxima no que diz respeito ao ambiente, arquitetura, decoração, preços, variedade de vinhos e animação.
Turismo Ativo
Existem infinitas possibilidades de lazer nas Aldeias de Xisto. Estas criaram um calendário de eventos anual diversificado e profundamente enraizado no que há de melhor e mais genuíno neste território.
Aqui há percursos pedestres e BTT, canoagem, DownHill, trail running, etc. Nas praias fluviais há torneios de voleibol e nas rochas escalada e rapel. Surpreenda-se ainda com os ciclos gastronómicos e recriação de tradições antigas. Desfrute de alojamento de excelência e restaurantes de alta qualidade. Acompanhe a mudança das estações, amasse o pão, vá com os rebanhos e faça o queijo, ouça a música e a poesia e veja teatro.
Localizada na transição do distrito de Coimbra para o de Leiria, a Serra da Lousã esconde tesouros fabulosos. A beleza das suas paisagens, a vertente cultural e humana das Aldeias do Xisto, fazem desta região, uma região única.
Na Serra da Lousã habitam muitas das espécies de fauna e flora, das quais de destacam os veados, os javalis e os corços, as espécies de azinheiras, sobreiros, castanheiros, carvalhos e pinheiros, numa zona conhecida por ser profundamente transposta por linhas de água.
A Este sobressai o colossal Penedos de Góis, um local deslumbrante com miradouros sobre a paisagem beirã e o Alto do Trevim, o ponto mais alto da Serra da Lousã, com 1204 m, onde está o famoso baloiço que desliza sobre a paisagem.
Mosteiro
Nesta aldeia é bastante notória a forte ligação das populações antigas à linha de água da Ribeira de Pera, na qual colhiam as pedras roladas para colocar nas paredes das edificações e muros.
A água e a agricultura são os elementos presentes no desenvolvimento de Mosteiro, através da criação de hortas e moinhos que sustentam a população da aldeia. Os moinhos, as levadas, os lagares e regadios que serviram como infraestruturas-base durante séculos são pontos de visita obrigatória.
De entre todos os cursos de água do concelho de Pedrógão Grande, a ribeira de Pera assumiu especial importância na implementação de fábricas têxteis, lagares de azeite e moinhos. É nesta ribeira que está também localizada uma maravilhosa praia fluvial que faz as delícias dos veraneantes.
Para Ver
Praia fluvial
Bonita praia fluvial com grandes espaços verdes, uma zona extensa de água e uma pequena cascata com riacho. Há muita sombra pois os pinhais e os castiçais são altos e densos.
Capela de São Pedro
Templo do séc. XV-XVI, cuja feição primitiva foi alterada posteriormente.
Restaurante Fugas
Localizado na Praia Fluvial, resulta de um antigo lagar de azeite reconstruído em pedra de forma original.
Pedrógão Pequeno
Pedrógão Pequeno é uma antiga vila, localizada junto à margem esquerda do Zêzere. No seu património há a destacar a igreja matriz e a ponte filipina sobre o Zêzere. Em Pedrógão Pequeno o xisto esconde-se sob rebocos alvos. Esta é uma das “aldeias brancas” da Rede das Aldeias do Xisto.
A aldeia possui uma série de tesouros arqueológicos para explorar: um troço de calçada romana que conduzia a um ramal de acesso a um castro da Idade do Ferro, uma muralha castreja plena de vestígios ainda por estudar, um conjunto de estelas discoides que podem representar a crença na vida além-túmulo.
Para Ver
Antigo Hospital da Misericórdia
Atualmente encontra-se em ruínas, mas antigamente funcionou como hospital.
Ponte Filipina
Construída durante a dinastia filipina, entre 1607 e 1610, terá substituído a primitiva ponte romana, que existiria nas imediações. Desde essa data e até 1954 – data da inauguração da barragem do Cabril – foi a única ligação com Pedrógão Grande e, consequentemente, a única ligação para o litoral.
Ponte do Ribeiro
Ponte de um só arco abatido, mas levemente subido ao centro, junto à EN 2.
Pelourinho
Estrutura em cantaria de granito composta por plataforma redonda com três degraus e coluna cilíndrica lisa. Capitel composto pela sobreposição de vários anéis.
Via-sacra
Circuito de 14 estações entre o centro da aldeia e o topo do Monte da Srª da Confiança, que possuem representação da respetiva cena da via-sacra em moderno painel de azulejos.
Edifícios particulares dos séc. XV e XVI
Essencialmente caracterizadas por as portas e janelas apresentarem vãos arredondados ou chanfrados.
Edifícios particulares de finais do séc. XIX e o início do séc. XX
Estes edifícios testemunham um outro apogeu da povoação, já depois de ter deixado de ser sede de concelho.
Capelas de Santo António, São Sebastião e Santa Maria Madalena
As duas primeiras anteriores a 1730, a última construída em 1893.
Estrada do Cabril
Construída em 1860, permitiu um melhor acesso à ponte filipina.
Escola Primária
Edifício escolar do séc. XIX de linhas singulares, em estilo neoclássico, a que não falta larga escadaria de acesso.
Cantina Escolar Manuel Ramos
Edifício característico do denominado “Plano das Construções” lançado pelo Estado Novo em 1940.
Alminha do Cabril
Pequeno nicho no qual se aloja uma tábua pintada com representação das almas no Purgatório.