A riqueza do património histórico, arquitetónico e cultural, e a qualidade dos seus recursos naturais fazem de Castelo de Vide um lugar de grande interesse turístico. A vila, que cresceu à sombra de uma função estratégica militar, deu lugar a um local único que conseguiu fundir as heranças cristã e judaica, nobre e serrana.
A expansão de Castelo de Vide foi seguindo as curvas de nível, com um conjunto de ermidas e capelas ao longo do território por onde se espalhou o povoamento. A separação medieval dos bairros preservou até hoje uma estrutura urbana singular e imperdível, graças à forma como a vila está dividida entre a zona murada e os subúrbios judeus.
Ao longo da Rua Direita, principal rua do burgo medieval, atravessa-se parte do maior conjunto de arcos góticos do país. Entre eles, situa-se, no interior das muralhas, a antiga Casa da Câmara.
As ruas descem para a Fonte da Vila onde é possível admirar as flores que crescem nas paredes caiadas. A vila cresceu bastante a partir do século XV para acolher os judeus. As tradições preservadas e os vestígios da sua passagem, testemunham os símbolos judaicos visíveis um pouco por todo o lado.
Para Ver
Antigos Paços do Concelho
Situada na rua do Relógio, à entrada da vila, encontra-se uma velha e pequena casa de pórtico ogival, escada exterior e arco aberto, a ligar aquela rua com a rua do Balcão onde se pensa ter sido o primeiro Paço do Concelho, nos séculos XIV e XV.
Casa Amarela
Classificada de Imóvel de Interesse Público desde 1975, constitui umas das referências de Castelo de Vide, pela exuberante decoração “Rocaille” da fachada principal, como pelo uso do amarelo ocre, pouco usual nesta terra. Esta casa foi totalmente reconstruída em 2001, respeitando a traça original, servindo turismo de habitação desde então.
Casa de Matos
Situada dentro do burgo medieval, na rua Direita do castelo, foi nesta casa que o Rei Lavrador, em 1282, recebeu os embaixadores de Aragão, que ali foram ratificar o contrato do casamento de D. Dinis com a princesa aragonesa D. Isabel.
Casa do Arçário
Dizem que esta casa era do indivíduo que tinha a seu cargo e responsabilidade a arca (caixa forte), e é talvez daí que deriva o termo Arçário, local onde guardava as receitas vindas das cobranças dos impostos que eram feitas aos judeus.
Casa do Prior
Situada na rua do Penedo, esta casa do século XVII é constituída por dois pisos, um andar térreo, com uma porta e uma pequena janela. Um andar principal com duas sacadas de granito e uma varanda com grade corrida de ferro forjado. No centro da fachada encontra-se uma lápide de granito encimada por uma cruz, na qual estão esculpidos três cravos entre palmas.
Edifício Paços do Concelho
Trata-se de um edifício do século XVIII, cujas obras iniciaram-se em 1569 e concluíram-se em 1692. A torre do relógio foi construída um pouco mais tarde, em 1721. Num estilo similar ao do solar minhoto, este edifício tem duas escadarias e janelas de sacada no andar superior. O acesso ao interior é feito lateralmente por dois arcos de berço, sendo as portas em ferro forjado.
O Salão Nobre tem duas pinturas murais, uma representa uma paisagem bucólica da vila, a outra é representativa da II Guerra Mundial. No tecto pode ver-se a representação das freguesias de Castelo de Vide. Neste espaço também se encontram expostas as “varas de mando” utilizadas pelos antigos vereadores.
Casa de Mouzinho da Silveira
Trata-se de uma construção do século XVII-XVIII, localizada na rua Mouzinho da Silveira que apresenta a pedra de armas da família Mouzinho da Silveira, local onde morou o grande estadista, que era natural de Castelo de Vide.
Casa Antiga da Praça de D. Pedro V
Situada na Praça D. Pedro V, esta casa foi construída no século XVIII. A sua fachada é revestida a pedra, tem dois pisos e quatro janelas de sacada. As vergas e ombreiras são trabalhadas, mas as cimalhas são retilínes. Foi solar da família Torres, familiares de Mouzinho da Silveira
Castelo
Feitas e desfeitas as fortificações medievais ao longo do século XIII, a construção do castelo por iniciativa de D. Dinis, conclui-se no reinado de Afonso IV, em 1327, altura em que Vide passou a designar-se de Castelo de Vide.
O castelo situa-se no canto Sul da fortificação medieval que integra o burgo primitivo, sendo as muralhas o prolongamento das da cerca urbana.
Os muros desenham um polígono trapezoidal com Torre de Menagem, de secção retangular. Entre o poço e o cubelo que lhe está adjacente, abre-se a antiga porta, de arco quebrado, a dar para a antiga barbacã desse lado, entretanto desaparecida.
A entrada do castelo faz-se pelo tramo Sudeste, com barbacã, através da porta em arco que dá acesso a um túnel que termina no pátio.
A cerca urbana desenha um polígono pentagonal com inflexões da muralha da muralha no zona O. As portas da vila, desalinhadas e em arcos quebrados, dão acesso à rua Direita. Esta atravessa o burgo e uma rua perpendicular a esta dá acesso a duas portas secundárias, com arcos redondos. os materiais utilizados nas fortificações são a pedra, quartzito e granito, o tijolo, argamassa de cal e a terra. Encontra-se protegido como monumento nacional desde 1910.
Monumentos de Homenagem a Salgueiro Maia
Pelorinho
Reconstruído em 1941 com alguns elementos originais que se pensam ser do século XVII, trata-se de um monumento de arquitetura civil, revivalista, que se enquadra nos designados “pelourinhos de coruchéu” tendo sido classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1933.
Forte S. Roque
Trata-se de um exemplar da arquitetura militar moderna abaluartada, constituído por quatro baluartes, mandado edificar por Manuel Azevedo Fortes entre 1705-1710, tendo sido alvo de diversas intervenções ao longo do tempo.
Muralhas
A construção das muralhas que envolvem todo o casario foi iniciada por Afonso Sanches, continuada por D. Dinis e terminada no reinado de D. Afonso IV.
Sinagoga
No século XIV existia em Castelo de Vide uma judiaria, no entanto, não se conhece a data da fundação da sinagoga. A mesma está situada na rua da Judiaria/ rua da Fonte e é constituída por dois pisos. Existe um espaço destinado ao culto, o tabernáculo e vários conteúdos expositivos.
Oficina – Museu Mestre Carolino
Localizada na Rua Nova, esta oficina retrata as atividades desenvolvidas pelos judeus.
Museu de Arte Sacra Cónego Albano Vaz Pinto
Este museu está instalado na Igreja Santa Maria da Devesa, cuja origem remonta ao final do século XIII, tendo sido edificada ao longo de 84 anos, integrando formas claramente barroca.