O impressionante Mont Blanc e a pitoresca cidade de Chamonix em plenos Alpes são um encanto para as vistas e para os sentidos. Localizados na França, na região de Auvérnia-Ródano-Alpes, também fazem fronteira com a Itália e Suíça.
Foi por entre vales e montanhas chegámos à cidade que fica criteriosamente encaixada num vale profundo aos pés do majestoso e grandioso Mont Blanc, que se eleva grandiosamente a 4158 metros de altitude e o Brévent a 2550 metros de altitude.
Para chegar o mais próximo possível do Mont Blanc tem de se aceder num enorme teleférico a um local chamado Aiguille du Midi a 3842 metros de altitude, e pelo preço de 61,50€ por adulto e 52,30€ por criança dos 5 aos 14 anos. O pacote Família fica por 190,70€ para quatro pessoas.
A subida de Chamonix ao Aiguille do Midi é realizada em duas etapas e o percurso todo (se for direto) demora cerca de 15 a 20 minutos. A primeira paragem fica a 2310 metros no Plan de l´Aiguille com umas vistas impressionantes de onde se pode avistar o paredão de escarpas rochosas e o vale de Chamonix. Nesta etapa intermediária do percurso, de onde já se pode ter uma visão deslumbrante do maciço do Mont-Blanc, existe um restaurante, o Refuge du Plan de l’Aiguille e um terraço.
Subindo mais um pouco, atinge-se a arrojada estrutura do Aiguille du Midi com uma série de atrações, pelo que são necessárias pelo menos três horas para explorar o local. Uma estrutura montada no topo, a 3842 m, descomunal e que surpreende pela quantidade de pontos de observação, terraços, elevadores e escadarias de ferro.
As atrações são, um tubo de ferro suspenso a milhares de metros acima da geleira permite a passagem por dentro do cume do Aiguille du Midi, um elevador que corta o cume da montanha e conduz ao ponto de observação mais alto, cujo terraço circunda um imenso transmissor de TV. Existe ainda o Espaço Mont Blanc e o Espaço História e para fazer refeições há o Le Vertical Café & Shop, Summit 382 Café e o Le 3842 Restaurant, que serve especialidades da cozinha savoyarde, típicas da região de Auvergne-Rhône-Alpes.
Uma das mais impressionantes é “Le Pas dans le Vide”, uma cabine de vidro que é um dos grandes destaques do Aiguille du Midi, permitindo aos visitantes a possibilidade de darem um passo para o precipício, um vazio a quase 4 mil metros de altitude. Para entrar na estrutura, é necessário usar pantufas para não arranhar o piso transparente. O cubo de vidro projeta-se para fora do terraço, oferecendo vistas inesquecíveis para as montanhas e para a fabulosa cidade de Chamonix.
Para usufruir de uma excelente vista para o Mont Blanc, mas do outro lado do vale de Chamonix existe também a possibilidade de subir, em duas etapas, até ao Brévent. Foi esta a subida de montanha que escolhemos fazer, pelo preço de 32,50€ por adulto e 27,60€ para crianças dos 5 aos 14 anos e pacote Família por 100,70€ para quatro pessoas.
A primeira etapa é feita em pequenos teleféricos até Planpraz a 2000 metros de altitude, a segunda etapa é realizada num teleférico de grande dimensão, daqueles que transportam cerca de 60 pessoas, até aos 2550 metros de altitude por entre escarpas vertiginosas com vistas de tirar o fôlego, num percurso que demora cerca de 20 minutos, tendo sido a primeira vez que andámos num teleférico tão grande e a uma altitude tão considerável. Mais uma experiência fabulosa!
Por se localizar num ponto de considerável altura, o Brévent oferece uma vista excelente para o Mont Blanc, uma vez que está mesmo de frente, uma boa alternativa, portanto, para quem não vai a Aiguille du Midi.
Para além da fantástica vista, no Brévent existe um restaurante panorâmico suspenso, impróprio para cardíacos, mas muito charmoso, e uma pista de sky.
Antes de descermos a montanha aproveitámos cada segundo para contemplar a soberba paisagem, tirar imensas fotografias e fazer uma pequena refeição. Na descida houve ainda tempo para brincar um pouco na neve e usufruir do excelente dia de sol numa simpática esplanada no meio do manto branco.
De volta a Chamonix, fizemos um longo passeio pelas apinhadas ruas de turistas e fizemos algumas compras nas inúmeras lojinhas e saboreámos a azáfama dos visitantes numa das muitas e pitorescas esplanadas com vistas para os elevados cumes cobertos de neve. O vilarejo é um charme!
Outros pontos de interesse nesta zona são os glaciares, como o Mer de Glace a 1913 metros de altitude, o maior glaciar francês com 7 Km de comprimento e 200 metros de largura, acessível por comboio num percurso que dura 20 minutos. Lá é possível visitar o Glaciorium, um espaço interativo e educativo dedicado à glaciologia, onde se aprende um pouco acerca da formação, da vida e da evolução dos glaciares ao longo dos séculos. Ou então, apanhar um teleférico e conhecer a Gruta de Gelo (Grotte de glace), um espaço pequeno com algumas obras que simbolizam a vida das pessoas da região no século XIX.
Há também o glaciar “Les Bossons” que fica bem próximo da cidade de Chamonix e que pode ser visto de qualquer lugar. Com 3630m, é a geleira mais rápida graças à sua inclinação forte (1m/ 1m50 por dia), formada pela neve dos cumes das Montanhas do Mont-Blanc (4810m), de Mont-Maudit (4345m) e do Mont-Blanc du Tacul (4248m) e está acessível por um teleférico até aos 1400 metros.
À saída de Chamonix, pode-se ainda visitar o lago dos Gaillands, que para além das vistas para o maciço do Mont-Blanc, possui um pequeno bosque e uma parede de escalada.
Outro ponto de interesse nesta região são as caminhadas no maciço. São centenas de quilómetros e percursos para tosos os gostos, entre as quais se destacam a do Lac Blanc, a do Lac Chesery, a do Plan de L’Aiguille até Montenvers; Lac Cornu e Lacs Noirs; Flégère até Planpraz.
Para além da beleza das paisagens, esquiar em Chamonix é qualquer coisa de fantástico. O forfait não é barato, mas a qualidade das pistas e as vistas justificam os preços. Vallée Blanche é, segundo dizem, a maior pista do mundo com cerca de 20Km e uma descida vertical de 2700 metros. Começa na Aiguille du Midi e termina na cidade de Chamonix. É apenas recomendada para esquiadores de nível avançado e deve ser feita com um guia. Não nos atrevemos, mas ficámos um bom par de horas a observar o grande movimento de esquiadores que se aventuram montanha abaixo, desfrutámos, essencialmente, das vistas para o Mont Blanc e do Brévent para Chamonix e gostamos imenso de subir pelas escarpas acima nos teleféricos.