#Continuandoàprocura dos monumentos da cidade de Lisboa, estivemos no Convento do Carmo que fica localizado no Largo com o mesmo nome, no bairro do Rossio, junto à Praça de Dom Pedro IV, um antigo e lindíssimo convento da Ordem dos Carmelitas da Antiga Observância.
O Convento do Carmo foi idealizado por Dom Nuno Álvares Pereira, no ano de 1389, e foi inaugurado no século XV. O convento, que já foi a principal igreja gótica de Lisboa, no ano de 1755 foi parcialmente destruído com o grande terremoto que aconteceu em Lisboa nesse ano e que destruiu grande parte da cidade. Para piorar a tragédia, no momento do terremoto, a Igreja do Carmo em Lisboa estava cheia de fiéis, que foram assistir à missa, e tudo desabou sobre a congregação presente.
Atualmente o que se vê são ruínas, como as paredes laterais e alguns arcos que sustentavam o teto. Este local abriga, portanto, as ruínas da igreja e o Museu Arqueológico do Carmo.
Uma curiosidade interessante é que é possível que a ruína do Convento do Carmo e do vizinho Convento da Trindade, aquando daquele terramoto, esteja na origem da expressão popular: “cair o Carmo e a Trindade“.
História do Convento do Carmo
Os frades carmelitas foram os primeiros a ocuparem o Convento do Carmo. Eles vinham do Alentejo, do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Moura e foram convidados por D. Nuno, o fundador do Convento, para ali habitarem. D. Nuno doou os seus próprios bens para o Convento do Carmo e em 1423 decidiu ingressar no convento, tendo ainda escolhido este local para a sua sepultura.
Em 1755, o Convento sofreu fortemente com o terremoto e com o incêndio, e só no reinado de D. Maria I é que as reparações em estilo neogótico tiveram início. Entretanto, em 1834 as obras pararam com a extinção das ordens religiosas. A parte habitável do Convento converteu-se em instalações militares em 1836, tornando-se a sede do Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana, contudo, os tempos de agitação do lugar ainda não estavam completamente enterrados e o lugar ainda foi palco de mais um episódio da história portuguesa, a famosa Revolução dos Cravos. Foi no Quartel do Carmo que o ditador Marcelo Caetano, o Presidente do Conselho do Estado Novo, se refugiou dos militares revoltosos em 1974.
Museu Arqueológico do Carmo
Com o que restou do terramoto de 1755, corpo da igreja e o coral, foi aberto um museu para acolher toda a coleção, num regresso ao passado lisboeta que conta com uma acervo muito interessante que data desde o período paleolítico até o século XVI. No interior do museu estão ainda os túmulos de Dom Fernando Sanches e do rei Dom Fernando I, que governou Portugal de 1367 até 1383, para além dos variados artefatos romanos, visigóticos e até múmias peruanas.
A visita começa na igreja em ruínas, decorada com diversos objetos pré-históricos, um belíssimo museu a céu aberto.
No fundo da igreja, o que costumava ser o altar principal, são agora cinco salas que abrigam o museu. Nas salas estão expostas coleções de achados que contam a história de Lisboa desde a Pré-História até a Idade Média.
A sala dedicada à Pré-História conta com uma magnífica mostra de pedras lascadas do Paleolítico e objetos de rituais funerários do Neolítico, com peças provenientes de escavações de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja (3500 a.C. – 1500 a.C.).
O Sarcófago das Musas, do período romano (século III) estão entre os achados mais antigos, bem como o Friso dos Leões, um exemplo da arte mozárabe em Portugal.
Os túmulos góticos de D. Fernando Sanches (início do século XIV), decorado com cenas de caça ao javali, e o túmulo do rei Fernando I (1367-1383), também aqui estão depositados, bem como o túmulo de Nuno Alvares de Pereira, santo e fundador do convento do Carmo.
Também aqui se encontram as coleções de dois dos arqueólogos mais importantes do século XIX português, Possidónio da Silva e o Conde de S. Januário, que contam com sarcófagos egípcios e arrepiantes múmias procedentes de América do Sul (Peru).
Outras peças de interesse incluem uma escultura de jaspe da Virgem Maria, lápides antigas, colunas romanas, painéis de azulejos barrocos, artefatos visigodos, esculturas medievais e moedas que datam do século XIII.
Horário
outubro a maio: segunda a sábado das 10h às 18h
junho a setembro: segunda a sábado, das 10h às 19h
Encerra aos domingos, 1 de janeiro, 1 de maio e 25 de dezembro
Preço
Adultos: 5€
Estudantes e maiores de 65 anos: 4€
Entrada livre para crianças até 14 anos
Visita guiada: 5,50€
Morada
Largo do Carmo
Telef. 213460473