De frente para Lisboa, abraçando-a, está um dos monumentos mais emblemáticos da região. Trata-se do Cristo Rei, cuja arquitetura se destaca na paisagem, quer pela sua grandiosidade, quer pelo simbolismo inerente.
Desde sempre o víamos sempre que íamos a Lisboa, mas nunca tínhamos feito uma visita. Era, portanto, o momento ideal para conhecer um dos mais famosos monumentos que “abraça” Lisboa.
A ideia de erguer o Santuário Nacional de Cristo Rei surgiu em 1934 foi do Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa, depois de uma visita ao Brasil, em que conheceu o imponente Cristo Redentor do Corcovado no Rio de Janeiro. Regressado a Portugal, quis construir uma figura semelhante à que tinha visto, com arquitetura de António Lino.
O despoletar da II Guerra Mundial acabou por impulsionar o desejo de construir o Cristo Rei. A 20 de abril de 1940, em Fátima, os bispos portugueses reuniram-se com um propósito: “Se Portugal fosse poupado da Guerra, erguer-se-ia sobre Lisboa um Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, sinal visível de como Deus, através do Amor, deseja conquistar para Si toda a humanidade”. Em 1941 o terreno foi comprado e a primeira pedra foi lançada a 18 de dezembro de 1949.
As crianças portuguesas participaram amplamente na campanha de angariação de fundos, numa iniciativa denominada “Pedras Pequeninas”, que durou entre 1939 e 1958, em que os mais novos iam guardando, ao longo do ano, o dinheiro que lhes era oferecido para, depois, o oferecerem para ajudar na construção.
A construção do monumento demorou 10 anos, de 1949 a 1959 e para tal foram utilizadas aproximadamente 40 mil toneladas de betão. A figura, da autoria do escultor Francisco Franco de Sousa, foi esculpida à mão na própria estrutura, a mais de cem metros de altura. Assim, o Cristo Rei ergue-se até os 215 metros de altura total. A estrutura de suporte da escultura tem 82 metros de altura e a estátua mede 28 metros. A distância entre as mãos do Cristo Rei é de 28 metros, a mesma altura do corpo, e o coração da estátua do Cristo Rei mede 1,89 metros.
O monumento foi inaugurado a 17 de maio de 1959, Dia de Pentecostes, e na inauguração participou todo o Episcopado Português, os Cardeais do Rio de Janeiro e de Lourenço Marques (atual Maputo) e mais de 300 mil pessoas. Discursou o Cardeal Cerejeira, que proferiu a frase: “Este será sempre um sinal de Gratidão Nacional pelo dom da Paz”.
Em 1999, o Monumento, considerado Santuário Nacional, passou a ser tutelado pela Diocese de Setúbal, que assumiu o restauro da estrutura como prioridade, tendo as obras de melhoramentos sido realizadas em 2001.
Ao entrarmos no Santuário, fomos convidados a fazer uma espécie de peregrinação, visitando os vários locais até à imagem do Cristo Rei. Junto ao miradouro, além das magníficas vistas sobre a cidade de Lisboa, podemos visitar 14 estações da Via-Sacra de Jesus.
Dentro do monumento, vimos um nicho com o Anjo de Portugal a dar a Comunhão aos Pastorinhos de Fátima. No hall de entrada do Cristo-Rei, visualizámos ainda dois quadros, um retrata a Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria, pelo Papa João Paulo II a 25 de Março de 1984, na Praça de S. Pedro, e outro que representa a Queda do Muro de Berlim, a 9 de Novembro de 1989. Há ainda uma sala dedicada ao Papa Beato João XXIII e a Capela de Nossa Senhora da Paz no Santuário. No monumento, está a Capela dos Confidentes do Coração de Jesus onde se encontram as relíquias de Santa Margarida Maria Alacoque, da Beata Maria do Divino Coração e da Santa Faustina Kowalska.
Horário
1 a 14 de julho: 9h30 às 18h45
15 de julho a 31 de agosto: 9h30 às 19h30
1 a 20 de setembro: 9h30 às 18h45
21 de setembro a 30 de junho: 9h30 às 18h
Preço
16 de outubro a 30 de junho: 5€
1 de julho a 15 de outubro: 6€
Morada
Alto do Pragal, Avenida Cristo Rei, Almada
Telef. 212 751 000/ 212 721 270