É no seio de enormes campos de arrozais que encontramos uma terra cujo cartão de visita, para além dos campos, é um castelo. Essa terra descansa silenciosamente ao som das águas do Mondego, chama-se Montemor-o-Velho, e é uma pérola na imensidão da planície verde.
A maior fortificação do Mondego ergue-se no topo da vila, chamando quem viaja na EN 111, entre Coimbra e Figueira da Foz. Trata-se de um Monumento Nacional ligado e que merece uma visita, assim como o centro histórico e as terras em redor, com um rico património edificado, cultural, tradicional que vai desde as casas senhoriais, aos conventos, passando também pela doçaria conventual.
Todos os caminhos vão dar ao castelo. A vista para os arrozais é soberba e o passeio em volta do mesmo muito agradável.
A vila oferece outros pontos de interesse como o antigo Solar dos Alarcões, que acolhe a Biblioteca Municipal, o Teatro Esther de Carvalho, que resultou da adaptação da Capela da Confraria dos Clérigos de S. Pedro, entre outros.
Para Ver em Montemor-o-Velho
Convento de Nossa Senhora dos Anjos
Fundado, em 1494, com o apoio de um importante fidalgo da terra, Diogo de Azambuja durante os séculos XVI e XVII para albergar os Frades Eremitas Calçados de Santo Agostinho. Ao longo dos tempos o convento sofreu várias intervenções que alteraram, significativamente, a sua configuração inicial.
No seu interior, destaca-se a capela-mor, de estrutura manuelina, o elemento que subsiste da edificação original. Aqui foi colocado o túmulo de Diogo de Azambuja, atribuído a Diogo Pires-o-Moço. Entre as várias capelas existentes no interior da Igreja, sobressai a Capela da Deposição com um retábulo renascentista atribuído a João de Ruão. Do espaço conventual, subsiste o claustro de planta quadrada, dividido em dois pisos, executado em meados do século XVII.
Castelo de Montemor
Esta fortificação assume uma posição dominante sobre a Vila, na margem direita do rio Mondego, tendo sido a principal fortificação da região na época medieval, cujas primeiras referências datam do século X.
No interior do castelo encontra-se ainda a Igreja de Santa Maria de Alcáçova, que guarda imagens do Anjo da Anunciação e de Nossa Senhora do Ó grávida, e uma figura de São Brás, padroeiro das doenças da garganta.
Núcleo Histórico de Montemor-o-Velho
Os vestígios remontam à Pré-História com sinais arqueológicos por todo o lado, desde a época romana, nomeadamente os achados no sítio da Senhora do Desterro (onde existiu uma villa romana e uma necrópole), a lápide de Júpiter na Capela da Madalena e os blocos de cantaria reempregados na base da torre de menagem do Castelo.
Para Ver no Concelho de Montemor-o-Velho
Convento de Nossa Senhora do Carmo
Localizado em Tentúgal, acolheu outrora, as Carmelitas Descalças, as primeiras religiosas que ocuparam o convento, o qual data do século XVI, mas cujas obras posteriores lhe mudaram a configuração. O conjunto atual remonta ao século XVII e no interior da Igreja, destaca-se o retábulo-mor, de caraterísticas rococó, o teto apainelado do coro alto, datado de 1757 e, nesse mesmo espaço, o cadeiral seiscentista. Na portaria, há a destacar a roda e a grade do parlatório, únicos contactos das religiosas com o mundo exterior. Em 1834, o Convento foi extinto, no entanto, ainda persiste a Igreja, a cerca e parte da portaria.
Igreja da Misericórdia de Pereira
Construída no século XVIII, numa homenagem a Nossa Senhora da Piedade, em estilo barroco, é uma igreja muito bonita do ponto de vista arquitetónico. No interior destaca-se uma única nave com coro-alto, assente sobre colunas, os retábulos em talha dourada, de estilo nacional ou barroco pleno, e os azulejos setecentistas feitos em Coimbra, colocados na capela-mor e na nave. No exterior da Igreja, o destaque vai para a torre sineira, dividida em três registos.
Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho
O espaço inaugurado em 2002, pertence à Rede Nacional de Centros de Alto Rendimento/HIGHSPORTUGAL e foi projetado para acolher as modalidades de canoagem, remo, natação de águas abertas e triatlo, de treino e competição, beneficiando das condições ímpares do Baixo Mondego. Para além dos modernos equipamentos técnicos dedicados ao treino de alto rendimento, o Centro dispõe de diversas instalações de apoio, nomeadamente balneários, centro médico, hangares e armazéns, bem como áreas de restauração.
Paul do Taipal
Já na estrada para a Figueira da Foz, mas ainda próximo a Montemor-o-Velho, na planície aluvial do Baixo Mondego, encontra-se o Paul do Taipal. Tradicionalmente ocupado pelo cultivo do arroz, em meados da década de 70 do século XX, a construção da atual Estrada Nacional nº 111 ditou o abandono da agricultura. As valas de drenagem foram interrompidas e, por este motivo, os terrenos encontram-se totalmente alagados de água, provocando o aparecimento de vegetação típica de zonas húmidas. Atualmente, constitui uma Zona de Proteção Especial para a Avifauna. Este espaço, juntamente com os pauis de Arzila e da Madriz, representa um dos últimos exemplos deste tipo de zona húmida na Região Centro.
Capela de Nossa Senhora da Saúde
Capela situada na aldeia de Reveles, na freguesia de Abrunheira. Trata-se de um templo datado de 1780 tendo sido, segundo consta, a primitiva matriz da antiga freguesia de Reveles. Constituída por corpo, capela-mor, alpendre frontal e lateral apoiado em colunas dóricas, a Capela foi também local de enterramentos.
O dia tinha começado a chegar ao final e com isso seguimos viagem rumo ao oceano para explorar uma cidade que “mora” entra a praia, a salinas e a Serra da Boa Viagem.
Para Comer
Terra de farta doçaria conventual, não há como resistir um manjar dos deuses.
Para espantar o ar glacial e o sono, nada melhor do que uma fumegante chávena de café e um delicioso Pastel de Tentúgal, o principal e mais antigo doce conventual produzido no concelho. A primeira referência escrita data de 1611 e está Associado ao Convento de Nossa Senhora do Carmo. O Pastel de Tentúgal distingue-se pelo folhado fino e estaladiço e pelo recheio de ovos. Os melhores são os da Pastelaria A Pousadinha.
Na parte mais baixa da vila, na Pastelaria Queijadinha, as Pinhas Doces de Montemor, uma mistura crocante de massa e caramelizado doce, são o doce mais pretendido na vila de Montemor.
Não se pode partir, sem antes provar mais uma iguaria local, a Queijada da Pereira, um ex-libris da doçaria regional do Baixo Mondego, cujas primeiras referências datam do século XVI. Retratada pela pintora Josefa d’Óbidos (século XVII), é um pequeno bolo de massa enformada com sete bicos e recheio de queijo fresco, gemas de leite, açúcar, e cozida em forno a lenha. As melhores são as da Maria de Lurdes Oliveira, é só perguntar na aldeia, toda a gente conhece. Maria de Lurdes Oliveira produz este doce, de forma artesanal, há 40 anos.
Restaurante Pimenta Verde
Do centro de Montemor-o-Velho à povoação de Casal Novo do Rio é um “pulinho”. Foi aqui que o chef Guerreiro Dias abriu, recentemente, o restaurante Pimenta Verde, onde outrora, existia uma antiga tasquinha.
O espaço foi criado para ser uma pequena cozinha de autor, traduzida em pratos como T-Bone ou bacalhau confitado com puré de batata-doce e couve pak choi.
O Pimenta Verde é um espaço que procura não fugir muito aos paladares tradicionais, antes apresentá-los de maneira diferente. São sabores e estética que aliados fazem as delícias dos visitantes.
Para Ficar
Garça Real Hotel & Spa
O Garça Real Hotel & Spa é um hotel 4 estrelas superior fantástico, um paraíso no meio da Natureza, composta por campos de arrozais, por onde sobrevoam imensas garças, os residentes na área, um privilégio que a Natureza oferece. Quem não gosta de adormecer e acordar, tendo como vizinhos estas aves?
O espaço está localizado em Meãs do Campo, próximo de Montemor-o-Velho, e chama, desde logo, a atenção pela sua arquitetura arrojada à base de metal e ferro.