Os museus municipais de Viseu reúnem um acervo valioso e diversificado, capaz de transpor os visitantes para as diferentes épocas e contextos históricos do concelho. Apresentam-se como espaços repletos de arte, história e tradição. São lugares que preservam a identidade da região e mostram o passado, mas também o presente e o futuro.
Museu do Linho de Várzea de Calde (2006)
Na aldeia de Várzea de Calde, a cerca de 12 km de Viseu, o Museu do Linho recria o quotidiano agrícola da região, em áreas como o pátio de serventia, os currais, o lagar, a adega, a cozinha tradicional, o forno caseiro e até o lugar reinventado do tear.
Nesta região, as raparigas aprendiam cedo a fiar e as casas de lavoura integravam quase sempre um tear. No Museu, a salvaguarda e preservação da tradição do linho e da lavoura tradicional estão presentes enquanto cultura identitária da região.
Está instalado numa clássica casa de lavrador abastado, onde se encontram as salas de exposições com diferentes temáticas que recriam as vivências do quotidiano como os transportes agrícolas, o curral do porco, a adega, a cozinha tradicional, o ciclo do linho, o lagar, a tulha e a identidade da família proprietária.
O museu mostra a representação de uma economia baseada na agricultura de minifúndio, exploração de produtos florestais (serrador e resineiro) e na criação de gado, dando resposta às necessidades de autossuficiência da casa.
A cozinha, um dos mais importantes compartimentos da casa era onde tudo acontecia. O lume ardia todo o dia, preparavam-se e tomavam-se as refeições, reunia-se a família e os amigos, passavam-se os serões e ensinavam-se os filhos a rezar.
O lagar era onde se guardava o fruto do suor de um longo ano agrícola: os pipos repletos de vinho, as arcas cheias de cereais, as taleigas carregadas de feijão e grão-de-bico, a salgadeira e a pia do azeite fartas que sugeriam a abastança de uma casa de lavoura.
Ciclo do linho
O linho de Várzea de Calde é um produto artesanal transitado de geração em geração. Do passado até aos dias de hoje é mantido por uma pequena comunidade de mulheres que cumprem os processos naturais, ancestrais e orgânicos da sementeira à tecelagem.
Na base desta identidade estão presentes o património cultural, popular, material e imaterial que se podem observar nos marcos existentes na aldeia, tais como a capela, a fonte, o Cruzeiro das Alminhas, as Festas do Patrono, o Entrudo, o Natal e a cultura do linho.
Morada
Calçada do Eiró, Várzea de Calde
Telef. 232 911 004
Museu Almeida Moreira (2010)
Francisco Almeida Moreira foi um dos maiores percussores da cultura da região de Viseu no séc. XX, assim como o fundador e diretor do Museu Grão Vasco. Em testamento, deixou à cidade de Viseu a sua habitação e as suas coleções, para que o Município fizesse dela casa-museu.
Trata-se de uma coleção eclética com núcleos de pintura, escultura, cerâmica, mobiliário, ourivesaria, armaria, têxteis, além de outros núcleos com menos expressão, situada cronologicamente entre os séculos XIV e XX, merecendo destaque a coleção de pintura naturalista que integra artistas como Silva Porto, Marques de Oliveira, José Malhoa, Columbano Bordalo Pinheiro, António Ramalho, Joaquim Lopes, António Carneiro, Veloso Salgado, Soares Lopes e Amadeu Souza Cardoso.
Há ainda uma coleção de cerâmica constituída por exemplares de faiança dos séculos XVII e XVIII inglesa, holandesa, espanhola, italiana e francesa, e também por exemplares de faianças de fábricas nacionais do século XIX entre as quais Caldas da Rainha, Vista Alegre e Real Fábrica do Cavaquinho, e ainda um núcleo notável de porcelanas orientais onde se destaca a Companhia das Índias.
Paralelamente, constitui um importante núcleo o acervo documental de Francisco Almeida Moreira que conta com inúmeros livros e publicações na sua biblioteca, bem como a sua documentação pessoal.
Morada
Rua do Soar de Cima
Telef. 232 427 471
Museu do Quartzo (2012)
O Monte de Santa Luzia foi, de 1961 a 1986, lugar de extração de quartzo pela “Companhia Portuguesa de Fornos Elétricos” de Canas de Senhorim. Como resultado, restou uma grande cratera, uma autêntica “janela para o interior da terra”, tendo sido aproveitada para a construção deste Museu, que hoje permite observar as diversas ocorrências geológicas e mineralógicas da formação do filão de quartzo leitoso.
Único no mundo, é um centro interativo de exploração do património geológico e natural da região. Com uma forte vertente pedagógica e visitas adaptadas a várias faixas etárias, este é um espaço privilegiado para visitas escolares no âmbito da aprendizagem da geologia, do património natural e da sua proteção e preservação.
A exposição permanente de caráter científico, didático e informativo, é composta por seis núcleos que permitem compreender como se formou e evoluiu o filão de quartzo leitoso no Monte de Santa Luzia.
Também é possível observar diversas características químicas e físicas do quartzo, bem como a sua utilização pelo Homem ao longo da história no seu dia-a-dia, assim como admirar uma diversificada coleção de quartzo, não só de Portugal como de diversos países.
Paralelamente à exposição permanente, o Museu do Quartzo apresenta exposições temporárias dedicadas às temáticas da mineralogia.
Morada
Monte de Santa Luzia, Abraveses
Telef. 232 450 163
Coleção Arqueológica José Coelho – Polo Arqueológico de Viseu – António Almeida Henriques (2012)
A Casa do Miradouro, datada do século XVI, um dos mais notáveis edifícios históricos da cidade de Viseu, alberga o espólio arqueológico de José Coelho, ilustre intelectual viseense do séc. XX.
A exposição “José Coelho: A Paixão pelo Passado” revela o importante legado de um dos precursores da arqueologia da região de Viseu. Com uma forte componente pedagógica, a exposição privilegia um conjunto de peças que são ícones da nossa história regional. Tenham resultado das suas explorações, ou oferecidas por colegas ou alunos, as peças mostram essencialmente o cuidado e o carinho que José Coelho tinha com todas elas, pois sabia que estas eram apenas parte de um vasto puzzle que tentava reconstituir.
Morada
Largo António José Pereira
Telef. 232 425 388
Casa da Ribeira (2013)
A Casa da Ribeira foi, nos seus primórdios, uma casa de lavradores abastados. Com tempo foi-se degradando e o seu destino foi sofrendo alterações. Passou a armazém de trapo, a ferro-velho, tendo ainda funcionado, no rés-do-chão, uma taberna que custeava com oficina de ferro forjado, mais conhecida como “carroceiro”. Nela também funcionou, durante muito tempo, uma habitação de estudantes.
A Casa da Ribeira é um espaço evocativo de memórias de Viseu. A presença dos antigos moinhos do rio Pavia e o lagar de azeite permitem ao visitante recordar o labor das lavadeiras que coravam e secavam as roupas junto da represa do moinho.
A casa evoca, também, a presença das barcas na Ribeira, que marcaram a vida do rio e da comunidade. Essa memória sobressai na imponência da antiga construção talhada no mais puro granito beirão dos finais do século XVII. Noutras a marca do quotidiano ribeirinho que, com o tempo, se vai perdendo, e é preciso resgatá-la entre testemunhos e histórias.
Para além disso, é um espaço dedicado ao artesanato regional por excelência, onde se apresentam vários ofícios ligados às “indústrias” ancestrais da região. A Casa da Ribeira recebe, frequentemente, exposições temporárias dedicadas ao património etnográfico.
Paralelamente à exposição permanente, a Casa da Ribeira apresenta também exposições temporárias dedicadas a variadas temáticas.
Morada
Largo Nossa Senhora da Conceição
Telef. 232 427 428
Quinta da Cruz – Centro de Arte Contemporânea (2014)
Banhada pelo Rio Pavia, é um lugar com uma vegetação luxuriante próximo do centro da cidade e um território onde a natureza e a arte se encontram, contaminam e criam sinergias únicas.
Adquirida por Nicolau de Mendonça Falcão do Amaral nos finais século XVIII, a propriedade tem uma extensão de 10 hectares de área verde, ornamentada por espécies exóticas e elementos autóctones.
Atual propriedade da Câmara Municipal de Viseu, a Quinta da Cruz reabriu ao público em 2014 como um motor de atividades culturais com múltiplas preocupações que se manifestam nos âmbitos da arte, natureza e comunidade.
Projeta-se como “Centro de Arte Contemporânea de Viseu”, cujas valências se complementam a partir do desenvolvimento de programas expositivos de curta duração, incentivo à criação artística e à promoção de projetos que refletem sobre o estado da arte e o seu papel na sociedade contemporânea.
A sensibilização, a criação e a formação de públicos fazem parte dos objetivos estratégicos da Quinta da Cruz – Centro de Arte Contemporânea de Viseu.
Cumulativamente a estas funções, está a projetar a constituição de um serviço de investigação e práticas artísticas constituído, na sua maioria, a partir da incorporação do espólio artístico de José Mouga.
Morada
Rua de São Salvador, São Salvador
Telef. 232 423 343
Museu de História da Cidade (2018)
Neste espaço museológico localizado na Rua Direita, apresentam-se os “Ícones de Viseu – O Despertar do Museu”, a primeira exposição do projeto do Museu de História da Cidade que proporciona várias viagens pelos 2500 anos de história de Viseu, através da apresentação de alguns dos seus mais importantes ícones. Um local repleto de memórias onde podemos contemplar o passado, o presente e futuro de Viseu.
Trata-se de um projeto polinucleado que tem como missão valorizar e promover a história da cidade de Viseu, contribuindo ainda para a sua investigação e salvaguarda. Criado em 2018, o projeto estrutura-se em diversos polos dedicados a explorar, sob diversos formatos e experiências, patrimónios materiais e imateriais representativos da identidade, da cultura e da história da cidade de Viseu e do seu território.
Morada
Rua Direita
Telef. 232 427 427
Museu Keil Amaral (2021)
Situado na Casa da Calçada, em plena zona histórica, o Museu Keil Amaral conta a história de treze elementos da família, desde os seus percursos individuais aos coletivos, entre o séc. XIX e o séc. XX, através de um conjunto de obras da sua coleção privada. Peças de alfaiataria, pautas musicais, maquetes, fotografias, mobiliário, ilustrações, azulejos, esculturas, coleções de cerâmica, instrumentos musicais, ourivesaria, armaria e artesanato são algumas das peças que se pode observar no Museu.
Um dos membros, Alfredo Keil, foi o autor do hino nacional, outro dos temas de destaque do Museu. Destaque também para Francisco Keil do Amaral, arquiteto responsável pelo Parque Eduardo VII, Campo Grande e Parque Florestal de Monsanto.
Maria keil, artista multifacetada em áreas como a pintura, desenho, ilustração, artes gráficas, gravura, azulejo, tapeçaria, mobiliário, decoração, cenografia e figurinos.
Outro membro da família, Francisco Coelho do Amaral Reis, nasceu em Canas de Senhorim, em 1873, e desempenhou cargos políticos durante a primeira República Portuguesa. Leonor Pereira Keil Amaral, nascida em 1973, é bailarina premiada e integrou a Companhia Paulo Ribeiro, entre 1996 e 2014, no Viriato Teatro Municipal.
O museu está localizado na Casa da Calçada, é datado do século XVIII e classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1978. A sua reabilitação teve início no final do ano de 2014.
Morada
Calçada da Vigia, nº 2
Telef. 232 427 427
Horário
Os Museus Municipais de Viseu praticam o mesmo horário de funcionamento:
Inverno (16 de setembro a 14 de junho): de terça-feira a sábado das 9h30 às 17h30
Verão (de 15 de junho a 15 de setembro): de terça-feira a sábado das 10h às 18h
Encerra: Domingo, segunda-feira e feriados
Nota: No horário de verão, abrem ao domingo, das 10h às 18h, o Museu Almeida Moreira, o Museu de História da Cidade e o Museu Keil Amaral
Bilhetes
Gratuito
Nota: Texto adaptado do site www.visitviseu.pt