Em setembro de 2019, fomos conhecer algumas das maravilhas do interior Norte do país. Fizemo-nos à estrada e fomos em direção a Montalegre, a propósito do conhecido evento Sexta-feira 13, Noite das Bruxas. Depois de uma noite de diversão e folia, pernoitámos em Chaves, no Hotel Casino de Chaves.
De manhã bem cedo e, após um delicioso pequeno-almoço, partimos em direção a Montalegre para explorar a vila transmontana. Depois dirigimo-nos para simpática vila de Boticas onde demos um longo passeio à procura dos encantos desta localidade da região do Barroso. A seguir ao almoço, instalámo-nos confortavelmente no Boticas Art Hotel & Spa e passámos a tarde a desfrutar dos espaços do hotel. À noite jantámos no Restaurante Abstrato no referido hotel.
Na manhã seguinte, voltámos à estrada e fomos explorar a aldeia de Vilarinho de Negrões, localizada na albufeira do Alto Rabagão, uma aldeia que nos encantou pela localização fantástica e pela simplicidade das suas gentes. Seguiu-se um outro local que há muito queríamos conhecer, a lindíssima Ponte da Mizarela, situada na freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho.
Seguidamente, fomos em direção à aldeia de Pitões das Júnias, situada no concelho de Montalegre. Para além de explorarmos a aldeia, estivemos ainda em dois pontos de grande interesse, o Mosteiro de Santa Maria das Júnias e na cascata de Pitões das Júnias.
Montalegre
Localizada na região de Trás-os-montes, Montalegre é uma vila que pertence ao Distrito de Vila Real. É um município raiano, em que uma parte do concelho faz parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês, região que oferece paisagens arrebatadoras, onde a Natureza ainda conserva todo o seu encanto. Zona muito pluviosa e com muitas nascentes, as suas águas dividem-se no planalto dando origem aos rios Cávado, Tâmega, Rabagão e a um grande número de ribeiros que atravessam esta região montanhosa e dão vigor aos prados naturais.
Montalegre é famosa pela produção de enchidos e presunto, sendo a Feira do Fumeiro que se realiza anualmente em Janeiro, a oportunidade ideal para adquirir estas iguarias.
Terra de tradições, lendas e curiosidades, organiza eventos como o Congresso de Medicina Popular (setembro), em Vilar de Perdizes; os jogos populares (maio) no Barracão; a matança do porco (dezembro e janeiro) a serrada da velha em Tourém e Vilar de Perdizes e as mediáticas Noite das Bruxas (Sexta-feira 13), um dos maiores espetáculos culturais, que atraem cada vez mais visitantes.
Esta vila transmontana situa-se nas terras altas de Barroso, que incluem as serras do Gerês, do Larouco e do Barroso, e formam uma zona natural de serras, carvalhais, rios e ribeiros, árida e ao mesmo tempo fértil, locais por onde vagueiam e se alimenta o gado bovino da conhecida raça Barrosã.
O artesanato está muito ligado à região de Barroso, vivendo ainda no concelho alguns artesãos. Destacam-se as típicas capuchas, as típicas croças (capas de junco) e as capas de burel.
Boticas
Boticas é uma agradável vila serrana, localizada na agreste Serra do Barroso, no distrito de Vila Real, na região de Trás-os-montes.
Esta é uma região muito antiga, como provam o Castro do Lesenho, considerado o Castro Lusitano mais importante do país, ou o da Gorda, em Ardãos.
Boticas é célebre pela Gastronomia, nomeadamente pela carne de vitela “barrosã“, mas também pelo afamado “vinho dos mortos“, designação que recebeu desde os tempos das invasões Francesas. Diz-se que em 1809 a população, assustada com a destruição e saque que as tropas napoleónicas vinham deixando, decidiu enterrar alguns dos seus bens, entre eles o vinho tão apreciado. Após a retirada do inimigo, o povo descobriu que o vinho enterrado tinha um sabor ainda melhor, e ainda hoje se enterra as garrafas por um ou dois anos.
A Vila de Boticas encerra em si muitas atividades e locais de interesse, da gastronomia à cultura passando pelo património e natureza, como os diversos cursos de água presentes na região que reúnem cenários idílicos e boas condições para a prática das mais variadas atividades de lazer, de desporto e turísticas.
Vilarinho de Negrões
A paisagem do Barroso é a anfitriã deste cenário, digno de um conto de fadas. Quando vamos para o interior Norte do país, corremos o risco de presenciar paisagens fantásticas. Aqui não é exceção, Vilarinho é um daqueles sítios que nos deixa sem adjetivos.
Escusado será dizer que ficamos maravilhados com a simbiose perfeita entre a aldeia e a albufeira que a rodeia, principalmente quando a barragem está a topo e a água parece entrar por algumas casas adentro, e na realidade pouco falta para tal.
Um destino fascinante, considerada uma das aldeias mais pitorescas de toda a região, pela preservação de suas casas, mas principalmente por se encontrar sobre uma estreita e bela península. Além da sua beleza natural, que é gigantesca, possui muito património para conhecer, assim como restaurantes com iguarias típicas regionais.
A somar à tranquilidade dos planaltos transmontanos, pincelados aqui e ali por pequenas aldeias, à simpatia e autenticidade das suas gentes e à excelente gastronomia da região, tivemos o prazer de mergulhar na autenticidade e simplicidade do modo daqueles que ainda por ali habitam.
É no seu interior que encontrámos pelo menos duas casas mais nobres, alguns canastros, uma pequena capela, alminhas, tanques, fontes, e o típico casario tradicional de granito. Algumas ainda mantêm os beirais elevados, que antigamente serviam para acondicionar e proteger as coberturas de colmo.
A aldeia não é grande e sofre dos mesmos males da maioria das aldeias transmontanas, o despovoamento e o envelhecimento da população. Fomos encontrando, aqui e ali, algumas pessoas idosas, que carinhosamente nos cumprimentaram, absorvendo a integridade da aldeia, que mantém as construções típicas e tradicionais do Barroso, com uma ou duas construções, pelo maio, de traça mais contemporânea.
Ponte da Mizarela
Também conhecida como a Ponte do Diabo, a Ponte da Mizarela está situada sobre o rio Rabagão, a cerca de um quilómetro da sua foz no rio Cávado, na freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho, distrito de Braga.
Numa envolvência deslumbrante, a ponte está implantada no fundo de um desfiladeiro escarpado acessível por um caminho empedrado, numa caminhada de cerca de 10 minutos desde o local onde se deixam os carros, um parque de estacionamento bastante pequeno.
A Ponte está assente sobre uns penedos, com alguma altitude em relação ao leito do rio, sendo sustentada por um único arco com cerca de 13 metros de vão. Foi erguida na Idade Média e reconstruída no início do século XIX, encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde de 30 de novembro de 1993. Segundo a lenda local, esta ponte foi construída pelo próprio Diabo.
Pitões das Júnias
Pitões das Júnias é uma aldeia pertencente ao concelho de Montalegre e uma das mais altas de Portugal com 1103 metros de altitude.
A aldeia fica localizada numa região de rara beleza e tranquilidade. Empoleirada entre os picos do Gerês a poente e noroeste, e o planalto da Mourela a nascente e nordeste, é uma localidade típica da região do Barroso, em Trás-os-Montes e que perpetua tradições que não se encontram em mais nenhum lugar.
Ao chegarmos à aldeia deparámo-nos com um enquadramento paisagístico deslumbrante. Uma aldeia isolada, cujas habitações foram construídas em granito, muito próximas umas das outras, rodeadas de ruelas estreitas e ao longe as fabulosas escarpas graníticas do Gerês.
Sendo uma aldeia de agricultores e pastores, tem nestas atividades a sua principal fonte de benefícios. À semelhança de muitas aldeias, Pitões da Júnias tem vindo a assistir ao decrescer do seu número de habitantes, o que acabou por se refletir num crescente isolamento da população. Os habitantes sentem necessidade de criar razões no sentido de motivar as pessoas ao convívio, que está também a desaparecer, existindo por isso o desejo de terem atividades na aldeia que promovam o contacto entre a população.
Além da autenticidade das suas gentes, da fauna e da flora riquíssima, possui alguns locais extraordinários como, o Mosteiro de Santa Maria das Júnias e a Cascata de Pitões das Júnias.
Para Comer
Restaurante Abstrato – Boticas
Para Ficar
Hotel Casino de Chaves – Chaves