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Carla & Leonel

Vilarinho de Negrões – Montalegre

#Continuandoàprocura de lugares verdadeiramente encantadores, em setembro de 2019, estivemos numa que é uma das aldeias mais bonitas de Portugal. Chama-se Vilarinho de Negrões e fica na deslumbrante Albufeira do Rabagão, em Montalegre.

A paisagem do Barroso é a anfitriã deste cenário, digno de um conto de fadas. Quando vamos para o interior Norte do país, corremos o risco de presenciar paisagens fantásticas. Aqui não é exceção, Vilarinho é um daqueles sítios que nos deixa sem adjetivos.

Escusado será dizer que ficamos maravilhados com a simbiose perfeita entre a aldeia e a albufeira que a rodeia, principalmente quando a barragem está a topo e a água parece entrar por algumas casas adentro, e na realidade pouco falta para tal.

Um destino fascinante, considerada uma das aldeias mais pitorescas de toda a região, pela preservação de suas casas, mas principalmente por se encontrar sobre uma estreita e bela península. Além da sua beleza natural, que é gigantesca, possui muito património para conhecer, assim como restaurantes com iguarias típicas regionais.

A somar à tranquilidade dos planaltos transmontanos, pincelados aqui e ali por pequenas aldeias, à simpatia e autenticidade das suas gentes e à excelente gastronomia da região, tivemos o prazer de mergulhar na autenticidade e simplicidade do modo daqueles que ainda por ali habitam.

 

Ao chegarmos à aldeia, fomos de imediato para junto da água, contemplar o esplendoroso espelho de água que a inunda. Demos um breve passeio junto à margem, sentimos a brisa, mas sentimos, sobretudo, a atmosfera tranquila daquele pequeno paraíso, Como é bom ser-se invadido por sensações assim, sensações que nos puxam para ali ficarmos. Mas, como na maior parte das vezes, o tempo urge, somos levados a abandonar os espaços que nos fazem sonhar, não sem antes explorarmos o centro da aldeia.

     

É no seu interior que encontrámos pelo menos duas casas mais nobres, alguns canastros, uma pequena capela, alminhas, tanques, fontes, e o típico casario tradicional de granito. Algumas ainda mantêm os beirais elevados, que antigamente serviam para acondicionar e proteger as coberturas de colmo.

A aldeia não é grande e sofre dos mesmos males da maioria das aldeias transmontanas, o despovoamento e o envelhecimento da população. Fomos encontrando, aqui e ali, algumas pessoas idosas, que carinhosamente nos cumprimentaram, absorvendo a integridade da aldeia, que mantém as construções típicas e tradicionais do Barroso, com uma ou duas construções, pelo maio, de traça mais contemporânea.

     

Esta bela península fica junto da freguesia de Negrões, a qual possui um forno em granito que vale a pena ficar a conhecer, assim como aos canastros esguios, onde o milho e o centeio se conservam, e aos castros de Negrões, Vilarinho e Lamachã.

Não tivemos oportunidade de ver, mas, dizem os entendidos, que pela manhã é muito interessante ver os mergulhões de crista e outras aves aquáticas aproveitam o inverno mais ameno desta geografia e a usufruirem da tranquilidade matinal. Quando o bulício começa, é ver estas espécies deslocarem-se para uma pequena ilhota deserta formada por um enorme penedo.

Pelo que lemos, uma personalidade conhecida e popular desta terra é Domingos Pereira, o padre guerrilheiro, filiado no Partido Progressista e amigo de Paiva Couceiro, que conspirou contra a República. Além disso, participou na “Monarquia do Norte”, envolvendo-se nos combates de Cabeceiras, Mirandela e Vila Real.

Despedimo-nos, já com saudades, de Vilarinho, e continuamos a estrada que ladeia a albufeira em direção à barragem, não sem antes, parar novamente, para de longe ainda contemplar, mais uma vez, aquele pedacinho de terra encantador.

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Sobre

Olá, somos a Carla, o Leonel, a Sofia, a Francisca, e adorámos partir à descoberta do mundo juntos!

Aqui, partilhámos os vários destinos que já visitamos, os hotéis onde ficamos hospedados e os restaurantes que experimentámos. Queremos inspirar quem nos visita, a viajar e a experimentar, pois consideramos que a vida é uma soma de experiências e uma constante procura. Nesta procura, buscamos locais, espaços, gastronomia, cultura, pessoas e, acima de tudo, a felicidade que é poder conhecer, valorizar e preservar o mundo maravilhoso que temos.

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